Um criminoso, que se dizia "pai de santo", foi preso no último dia 12 de junho no Rio de Janeiro. Crime: ao prometer a um cliente trazer a "pessoa amada" em 3 horas (!), ainda a ameaçou de morte, cometendo o crime de extorsão.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
UMBANDISTAS SÉRIOS NÃO PODEM SER CONFUNDIDOS COM CRIMINOSOS.
Um criminoso, que se dizia "pai de santo", foi preso no último dia 12 de junho no Rio de Janeiro. Crime: ao prometer a um cliente trazer a "pessoa amada" em 3 horas (!), ainda a ameaçou de morte, cometendo o crime de extorsão.
Em quase todas as cidades
grandes do país, vemos desenhados em viadutos, pontes e muros, pichações que
prometem trazer a pessoa amada em poucos dias (ou até horas!).
Esses anúncios não se limitam
às pichações em viadutos e muros. Podem ser encontrados nos grandes jornais
populares e em programas radiofônicos.
Vamos aos fatos. Ou melhor, às
perguntas.
Quando a mídia noticia que um
pai de santo foi preso por extorquir um "cliente", ameaçando-o de morte, é
verificado se o criminoso é realmente um sacerdote filiado a uma entidade
federativa de Umbanda ou de Candomblé?
E se o preso fosse um sujeito
que se dizia médico? Não iriam certamente entrar em contato com o Conselho
Regional de Medicina para checar a veracidade da informação do criminoso? E
diante da constatação da falsidade ideológica, os jornalistas não se refeririam
ao criminoso com o cuidado de chamá-lo de "falso médico"?
Mas, no caso do falso pai de
santo, afirmaram textualmente: "foi preso em Nilópolis o pai de santo...",
apesar da inquestionável prova de que o sujeito preso era uma fraude, sem um
templo, sem médiuns, sem coisa alguma.
Um oportunista apenas, mais
nada, flagrado cometendo um crime. O noticiário, contudo, generaliza e acaba
atingindo a imagem dos verdadeiros diretores de culto, tanto os da Umbanda,
quanto os do Candomblé.
Mais uma pergunta: se qualquer
um sabe que esse tipo de anúncio é pura vigarice, que jamais seria divulgado por
dirigentes sérios, por que os jornais se permitem publicá-los em troca de
dinheiro?
Como podem jornais de grande
tiragem (e responsabilidade) se permitirem receber dinheiro de anúncios de
criminosos que visam extorquir pessoas ingênuas?
Jornais, Rádios e TVs têm o
dever de checar minimamente os anúncios que recebem. É inadmissível que
publiquem anúncios que veiculem mensagens absurdas, semelhantes às que lemos
diariamente nas seções dos classificados.
E são justamente esses mesmos
jornais que dão divulgação ao ato criminoso nas suas seções de classificados. Ou
alguém acha que os responsáveis pelos jornais acreditam realmente que se possa
trazer a pessoa amada através de um "trabalho" espiritual?
Outra coisa: as entidades
federativas de Umbanda e Candomblé têm o dever de enviarem urgentemente às
redações de jornais, emissoras de rádio e TVs a informação de que o tal
criminoso preso não jamais foi pai de santo, nem babalorixá, nem diretor de
culto, nada!
E que ele não estava registrado
como tal! Com certeza absoluta, se um falso padre fosse preso, a Arquidiocese
entraria em contato com a mídia para pedir que só se referissem ao criminoso
como falso padre, e não como um padre verdadeiro. Por que não se referem
ao criminoso como "falso pai de santo"?
A prisão desse falso dirigente
nos leva a refletir sobre os atos criminosos de pessoas inescrupulosas que se
intitulam mães e pais de santo, que usam impunemente o nome de pretas e pretos
velhos, afiançando que são capazes de trazer a "pessoa amada" em pouco
tempo.
Quem leva a sério a nossa
religião não pode mais deixar passar em branco as ações desses criminosos que
usam o nome da nossa fé para enganar e extorquir pessoas com falsas
promessas.
Cabe, pelo menos, uma atitude
imediata por parte das entidades federativas: comunicar urgentemente à mídia o
esclarecimento de que tais criminosos não estão filiadas e muito menos se
enquadram como diretores de culto.
O que não é justo é que
coloquem gente séria, correta, que dá sua existência pela ajuda ao próximo, no
mesmo balaio dos oportunistas que se aproveitam da boa fé alheia.
Temos o dever de reagir,
alertando a mídia de que somos gente séria que pratica uma religião séria. Não
podemos silenciar.
Afinal, o silêncio é a porta do
consentimento.
Com o abraço do
ÁTILA ALEXANDRE NUNES
Muita paz!
UMBANDA UNIDA, UMBANDA
FORTE
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