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quinta-feira, 21 de maio de 2015
A MÁGICA E A MAGÍA
Antes de mais nada: magia não é mágica. Mágica é o que se faz em shows. Defino magia como sendo: a manipulação de energia pelo ser humano para conquistar um determinado objetivo. Os africanos, assim como nossos aborígenes e muitos outros povos, eram animistas, isto é, atribuíam espírito a todos os fenômenos naturais e procuravam efetivá-los por meio de práticas magistas. Ao contrário do que se pensa, os africanos cultuavam, e continuam a cultuar, um só Deus, Olodumarè. Associavam suas vidas à vida da natureza numa comunhão entre Orísá e Homens. Temiam e amavam a água, que os afogava, mas que aplacava sua sede e fazia com que as plantas crescessem. Temiam e amavam o fogo que os queimava, mas espantava as feras e melhorava seus alimentos. Temiam e amavam o sol que secava a terra, mas os iluminava e aquecia. As plantas, que curam, mas também matam, os ventos fortes, os raios, e assim por diante, tudo na Natureza é divino. Repare que já podemos extrair um conceito muito importante: a energia, se a imaginarmos como uma linha, age diferente em cada ponto dessa mesma linha, mas é a mesma linha, a mesma energia. Ao examinarmos o fogo, o elemento fogo, perceberemos que ele queima. A energia fogo não sabe, não tem como saber, se está queimando uma vela, lenha em uma fogueira, lareira ou fogão ou se está destruindo uma casa ou floresta, portanto não é cenciente (não tem consciência), não pensa. A energia fogo faz isso, muda as coisas através da queima e, se aliada à magia, a transmuta. Se nós podemos atear fogo em algo ou apagar um fogo, significa que podemos manipular o fogo e, se soubermos como, poderemos também manipular a energia fogo. Essa manipulação da energia é magia! Já se sabe que nada acontece por acaso e todos os fenômenos da natureza (Orísá) têm uma explicação lógica. Consequentemente, os fenômenos podem ser estudados e manipulados, alterados, propiciados, estimulados ou impedidos. Para isso basta que a energia seja conhecida e corretamente manipulada. Já que estamos falando em magia, vou aproveitar para deixar outro conceito. Na nossa religião manipulamos energia o tempo todo, portanto fazemos magia o tempo todo e existem dois tipos básicos de magia: a que chamamos Magia Branca e a que chamamos Magia Negra, todas as demais derivam de uma dessas duas. Qual a diferença entre elas? Ao contrário do que se diz e do que nos foi deixado por outras religiões, a diferença não está no resultado, ou objetivo a ser alcançado, nem na intenção com que se faz. Acompanhe o raciocínio. O bem maior dado pela Causa da Criação, Olodumaré, a todos os seres do Universo foi o Livre Arbítrio, o direito à escolha. A grande maioría dessas escolhas são feitas perante o próprio Olodumaré quando estamos nos preparando para a encarnação, portanto ninguém tem o direito de interferir no Livre Arbítrio ou nas escolhas que cada um fez antes de encarnar. É um bem supremo que todo ser possui, inclusive o ser humano. Se alguém, seja lá quem for, se achar no direito de decidir o que é melhor ou não para outro estará desrespeitando esse Bem que Olodumarè lhe deu, portanto não estará agindo em conformidade com as Leis Cósmicas, que são Leis Divinas. O que eu ou você julgamos ser correto ou melhor para outro não é necessariamente verdadeiro, ou pode ser verdadeiro em determinado momento ou situação, mas não em outro, portanto é uma questão de julgamento pessoal. Assim sendo, para que você, eu ou qualquer um ajude outra pessoa e que essa ajuda seja realmente boa, seja Magia Branca, será necessário respeitar o Livre Arbítrio dos outros. Portanto, para se ajudar alguém é necessário que essa pessoa queira real e verdadeiramente ser ajudada, pois só assim o livre-arbítrio estará sendo respeitado. Varias vezes recebi mães desesperadas pedindo para separar a filha de um namorado que "não presta". Em outras recebi pessoas querendo a qualquer custo ficar com a pessoa que "amam". Muitos devem pensar que o primeiro pedido é meritório de ajuda, mas não o segundo. Pergunto: qual a diferença entre os dois pedidos? Eu mesmo respondo: nenhuma diferença há! Nos dois casos são pessoas querendo interferir, forçar, atitudes na vida de outros. Há quatro coisas que devem acontecer para que a ajuda exista de fato e não vá contra o livre arbítrio de outro (nem do ajudado, nem do “ajudador”), é a regra do QPPQ, citarei somente as duas que se referem ao solicitante: - quem vai ser ajudado, assim como todos os envolvidos, devem QUERER receber essa ajuda; - quem vai ser ajudado, assim como todos os envolvidos, devem PEDIR a ajuda (o ato de pedir já é, por si só, transmissão de Axé, mas também serve para garantir que o item anterior seja verdadeiro e não que seja o querer de um terceiro). Se não for assim, não existirá ajuda, o que será feito é se intrometer, interferir na vida e no livre arbítrio e não será nem ajuda, nem Magia Branca.
fonte:TUATO - http://www.tuato.com.br
fonte:TUATO - http://www.tuato.com.br
segunda-feira, 14 de abril de 2014
O que quer dizer a chama de uma vela?
Chama
Azul Clara: Seu pedido poderá sofrer algumas mudanças. Assim sendo,
pede-lhe para ter calma, pois a realização do seu desejo pode estar prestes a
concretizar-se e ofereça uma oração novamente.
Chama
amarela: significa que a felicidade está próxima, mas você precisa
melhorar sua alto estima.
Chama
vermelha: indica que o pedido é favorável e que está a ser realizado vá a
luta com muita convicção.
Chama
brilhante: mostra que o pedido está a ser ouvido e que vai ser atendido,
aguardando sua compreensão e consentimento astral.
Pavio
Brilhante: indica sorte e sucesso em seu pedido mas tenha muita calma,
pois as portas abrirão no momento certo.
Chama
que liberta pequenas faíscas: indica que irá fazer surgir alguém para
comunicar uma mensagem importante. Antes de o seu pedido ser concretizado é possível
que sofra alguma desilusão, por isso esta é uma forma de um aviso para que
esteja preparado.
Chama
que levanta e abaixa: significa que, como quem está fazendo o pedido pensa
em várias coisas ao mesmo tempo, necessita colocar as ideias no lugar e concentrar-se
naquilo que deseja ver resolvido, crie um objetivo, e siga em frente acenda
novamente outra vela.
Chama
em forma espiralada: indica que o pedido está encaminhando e as preces
para entidades superiores e que estas estão prestes a ser realizadas, seja
merecedor.
Pavio
que se divide em dois: deverá repetir o seu pedido, porque, este foi feito
de forma dúbia.
Vela
que Chora: dificuldades em realizar o pedido, peça com o coração e acenda
novamente outra vela.
Chama
fraca: indica que o pedido deve ser reforçado.
Chama
baixa: indica que o pedido vai ser realizado mas com alguma demora.
Chama
que treme: indica que para que o pedido seja realizado é necessário haver
uma transformação.
Vela
que se apaga sem motivo: significa que você terá uma ajuda na parte
mais difícil do pedido e mas o resto fica por conta da própria pessoa.
Vela
que queima completamente: significa que o pedido foi aceite.
Quando
se acendem várias velas e uma delas sobressai porque está mais brilhante do que
as outras, significa sorte.
Quando
se acende mais de uma vela, e todas as chamas estão brilhantes e altas
significa que o pedido está abençoado.
As velas são ferramentas de ligação com
nosso Pai Criador e suas Divindades. Ao acender velas criamos elo de ligação
com nossos Orixás, Guias, Mestres e Mentores. As chamas das velas acompanham as
religiões ao longo da história da humanidade. Elas fornecem amparo e aquecem
nosso espírito, promovendo bem estar a quem as utiliza. Seja de maneira
magística ou religiosa a utilização das velas propagam energias e são firmadas
com propósito desencadeiam ações fantásticas em nosso benefício e em benefício
de nossos semelhantes. Nunca devemos esquecer de verbalizar nossos desejos,
pois o verbo é movimento e realização, e o fato de verbalizarmos nossos desejos
estamos programando ações e ligações divinas.
As velas dedicadas aos Divinos Orixás unidas ao
conhecimento dos fatores de Deus promovem ações realizadoras na vida daqueles
que tem fé e acredita no grande poder dos Sagrados Pais e Mães Orixás.
Abaixo uma pequena relação das cores de velas
sincretizadas para cada Orixá:
Oxalá
Velas: Branca, e em casos específicos prata.
Campo de Atuação: Pai Oxalá é a própria plenitude de
Deus, os pensamentos de Deus refletem em Oxalá. Podemos dedicar velas em
diversos casos, pois Oxalá é o Pai Universal da Umbanda, porém Oxalá é o trono
Masculino da Fé, e em casos de falta de confiança, necessidade de congregar
valores ou até apatia ante as coisas religiosas, podemos recorrer e este Divino
Pai.
Oxum
Velas: Rosa, Amarela e Azul-clara
Campo de atuação: Mamãe Oxum, como é carinhosamente
chamada na Umbanda é o Trono Feminino do Amor, quando nos referimos a Amor, não
destacamos somente o Amor entre homem e mulher, mas sim o amor de Deus, amor no
seu sentido amplo e universal. Podemos rogar a Mãe Oxum união para nossa
família, dissipação do ódio e do ciúme, agregação de fatores positivos,
prosperidade material e espiritual. Mãe Oxum também é a Nossa Senhora da
Conceição, portanto em casos de infertilidade podemos pedir seu auxílio, ou até
mesmo na hora de conceber projetos, idéias e ações esta amada e Divina Mãe
Orixá nos ampara sempre.
Oxumaré
Velas: Azul-Celeste
Campo de Atuação: Pai Oxumaré é o Trono Masculino do
Amor, seus dois principais fatores são: Diluidor e Renovador. Este amado Orixá
atua em nossas vidas diluindo os excessos e desequilíbrios e renovando nossas
vidas, os meios de vida e até mesmo os sentidos, para que possamos retomar
nossa caminhada evolutiva. Diluição e Renovação são duas das palavras chaves
para pedidos de auxílio deste Amado Orixá.
Oxóssi
Velas: Verde-Escuro
Campo de atuação: Pai Oxóssi é o provedor de toda a
aldeia, caçador ágil e tenaz. Evocamos este Sagrado Orixá, para que haja
fartura em nossa mesa, que não nos falte o alimento para o corpo e a alma. Pai
Oxóssi é o Trono Masculino do Conhecimento, portanto atua na expansão de nosso
conhecimento e como caçador representa a busca incessante pelo conhecimento.
Obá
Velas: Magenta ou Vermelha
Campo de atuação: Mãe Obá é o Trono Feminino do
Conhecimento, Senhora da Verdade, evocamos esta amada Mãe quando queremos que a
Verdade se faça presente em nossas vidas. Se Oxóssi é a expansão do
Conhecimento, Mãe Obá é a fixação deste conhecimento,portanto podemos evocar
esta Divina Orixá quando tivermos problemas nos estudos,acender uma vela antes
de uma prova para que consigamos fixar conhecimento.
Xangô
Velas: Marrom, Vermelha
Campo de atuação: Pai Xangô é Trono Masculino da
Justiça. Senhor do equilíbrio e da Razão, Pai Xangô pode nos auxiliar em casos
de ações judiciais, e em pedidos para que possamos recuperar nosso equilíbrio e
razão. Devemos clamar pela misericórdia de Xangô e evitarmos clamar sua
justiça, pois afinal somos todos devedores.
Egunitá
Velas: Laranja
Campo de Atuação: Trono Feminino da Justiça, Mãe
Egunitá é o próprio fogo consumidor. Mãe Egunitá é a ação implacável da Justiça
e da Lei. Devemos evocá-la em casos de desequilíbrios, obsessões, e etc. Mãe
Egunitá é o fogo que consome, mas que também aquece nas horas de dificuldades,
evocamos os seu fogo abrasador para nos defender das injustiças e daqueles que
desejam por ventura nos prejudicar.
Ogum
Velas: Azul-Escuro, Vermelha, Branca
Campo de Atuação: Trono Masculino da Lei, Ogum é o
Defensor e Guardião de toda a Criação Divina. Ela é a própria ordem Divina de
tudo e de todos. Senhor de todos os caminhos, podemos pedir a abertura de
nossos caminhos, além de amparo, proteção e defesa contra todo e qualquer mal.
Iansã
Velas: Amarelas
Campo de atuação: Trono Feminino da Lei, Mãe Iansã é a
Senhora dos Axés, pois não há a propagação dos axés sem o direcionamento e
movimento de Iansã. Mãe Guerreira e Defensora da Lei, podemos clamar sua
proteção. Iansã é a direção, é a Luz no fim do túnel, é também esta Mãe Orixá
que direciona os espíritos recém desencarnados aos seus lugares de merecimento,
portanto, quando estivermos sem rumo ou direção podemos clamar o auxílio desta
amada e Divina Mãe Direcionadora.
Obaluaê
Velas: Preta e Branca, Violetas, Brancas
Campo de Atuação: Trono Masculino da Evolução, Senhor
da Sabedoria. Pedimos o auxílio de Pai Obaluaê para nos dotar de sabedoria,
para aquietar nosso íntimo e emoções turbulentas, pois Obaluaê é também o
Senhor da Quietude, afinal o silêncio é a oração dos sábios. Orixá da Cura de
todas as doenças que possam afetar o corpo e a alma, pode recorrer ao seu poder
curador em casos de doenças físicas, emocionais e espirituais. Pai Obaluaê tem
como um de seus muitos fatores a Transformação, portanto podemos rogar a este
Pai Amoroso a transformação de nosso negativismo, ou de qualquer coisa que
possa ser transformada em nossa vida, para que possamos evoluir de fato.
Nanã
Velas: Lilás e Brancas
Campo de atuação: Trono Feminino da Evolução Mãe Nanã é
a Senhora do Saber, da Maturidade. Essa Mãe Orixá atua decantando de nossas
vidas todos os males. O significado da palavra decantar é:
Separar, por gravidade, impurezas sólidas que se
contenham em um líquido, portanto Mãe Nanã atua purificando nossa alma e
sentimentos a fim de livrar-nos dos males que possam afligir nossa mente e
espírito.
Iemanjá
Velas: Azuis-Claras
Campo de Atuação: Trono Feminino da Geração, Mãe
Iemanjá é a Matriz Geradora de todas as coisas geradas por Deus. Senhora da
Criatividade e Mãe das oportunidades, podemos clamar seu auxílio para que gere
o necessário em nossas vidas para continuarmos nossa caminhada ao nosso Pai
Criador
Omolu
Velas: Roxas
Campo de atuação: Trono Masculino da Geração. Pai Omulu
é o punidor de todos aqueles que cometeram atentados contra a vida. Um de seus
fatores é o paralisador de excessos
Que a Divina Luz esteja entre nós
Emidio de Ogum
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Orixá Regente 2014
O ano de 2014 será regido por Júpiter, o planeta da prosperidade e da fartura. O ano novo que se avizinha predispõe ao trabalho comunitário, um maior engajamento pessoal na busca e compreensão da religiosidade e favorece a mobilização das consciências contra movimentos de intolerância religiosa. Sendo na esfera astrológica o ano regido por Júpiter, na particularidade dos orixás a regência será de Xangô e Iansã, e carmicamente permanece a ação de Obaluaê que foi o regente de 2013. Há que se considerar que independente do orixá regente, todos os orixás atuam sempre e, especialmente EXU, que é o eterno movimento no Cosmo. Júpiter é um planeta de diplomacia e boa vontade.
A promessa de que um ano regido por Júpiter seja um ano de abundância e expansão é fantasiosa se for interpretado pelo lado material. Xangô propicia um melhor perceber-se e perceber o outro, melhorando o diálogo inter e intrarreligioso. É o ano de 2014 de muita mobilização na esfera de busca dos direitos e igualdade, notadamente contra a intolerância religiosa. Como Xangô estará com sua irradiação magnética bastante acentuada em 2014, todos os que buscam o mundo espiritual e sagrado devem ter consciência da Lei de Causa e Efeito, pois podemos mudar as causas e não termos o efeito esperado, notadamente se não respeitamos o livre arbítrio do outro, interferindo em seu campo energético.
Ou seja, o efeito de retorno estará mais intenso e o uso da magia requererá muita responsabilidade de quem busca e de quem aplica os cerimoniais religiosos de invocação, rezas, encantamentos e imprecações mágicas. Quanto a Umbanda, o ano favorece a mobilização das comunidades entre si, os seminários e congressos, bem como a elaboração consensual de diretrizes básicas do que seja a Umbanda, respeitando-se a diversidade, mantendo-se a liberdade rito litúrgica de cada centro, sem codificação. Ou seja, esta busca de diretrizes básicas -- uma "carta magna" de Umbanda -- parte de dentro, das comunidades de terreiro e lideranças religiosas, que sob os auspícios vibratórios de Xangô, encontrarão receptividade da maioria do povo de Umbanda, exaurido pela persistente intolerância religiosas contra os terreiros, legitimando iniciativas de união que objetivem dar maior seriedade e melhor visibilidade a religião, fortalecendo a Umbanda frente a sociedade laica e minimizando a intolerância religiosa de outros cultos que demonizam nossa religião.
Muita paz, saúde, força e união.
Muito axé.
Norberto Peixoto.
Norberto Peixoto.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Os Toques do Candomblé
“O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais primitivos, a música actua como elemento ordenador, que organiza a pessoa internamente”
O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.

Os Atabaques, são os principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é da responsabilidade dos Ogãs.
São de origem africana, usados em quase todos rituais, típicos do Candomblé. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são utilizados para convocar os Orixás.
O Atabaque maior tem o nome de Rum, o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le.
Os atabaques no candomblé são objectos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás: independente da cerimónia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados (o couro que veio da loja geralmente é descartado), só depois de passar pelos rituais é que poderão ser usados no terreiro.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando.
É o Alagbê que começa o toque, e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando o floreio do Rum.

O Rum é que comanda o Rumpi e o Le.
O Agogô, tocado para marcar o Candomblé, também de tradição Alaketo, chama-se Gan. As Varetas usadas para tocar o Candomblé nos Atabaques, chamam-se Aguidavis. Também se utiliza ainda o Xequerê.
Nomes dos Toques dos Orixás na Nação Ketu:
ADABI – Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú.
ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum.
AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos”
ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô.
BRAVUM – Dedicado a Oxumaré .Ritmo marcado por golpes fortes do Run.
HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô
IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã.
IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental.
BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos.
KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”.
OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.
OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”
SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô.
SIMBOLOGIA OS ANIMAIS PARA OS CIGANOS
Os ciganos reconhecem nos animais, através de sua natureza, suas qualidades, seus códigos, suas leis e, assim, inspiraram-se neles para estabelecer sinais secretos de comunicação com a sabedoria.
Águia
Representa a liberdade, a altivez, a força para ser livre.
Seu símbolo é o alvo a ser atingido.
Garça
È considerada uma ave cigana por ser incapaz de verter lágrimas de dor.
È uma ave sagrada.
Rato
Símbolo de perdas e prejuízos, problemas de saúde.
LOBO
Símbolo de força, lealdade e honra, pois só mata para se alimentar ou para eliminar um adversário.
Antigamente os lobos eram companheiros dos ciganos e não atacavam seus cavalos por lealdade.
SAPO
Simboliza a sabedoria, luz e feminilidade, potencial magnético ( usado para magias ).
GATO
Representa a prudência, cautela, paciência, capacidade de esperar o momento certo, independência e disponibilidade
POMBA
Desprezada pelos ciganos, pois não tem vontade própria e se deixa domesticar e abater sem resistência.
A pomba tem também grande significado se ela for escura, serve na magia, para afastar espíritos malignos; se for branca, representa a pureza, humildade, simplicidade, é ave conciliadora.
CORVO
Representa a justiça, boa sorte e sabedoria, é o único animal que se prejudicar seu semelhante, suicida-se. Para o cigano, mais vale morrer, do que viver sem honra.
SERPENTE
Significa a força, energia, feminilidade, sexo, boa sorte.
LAGARTO
Símbolo da fragilidade, pois perde a cauda quando o querem pegar.
fonte:pesquisa Day Paes
A ENERGIA OCULTA DAS PLANTAS
É possível ter em casa, na horta, no jardim ou em um simples vaso uma fonte pura de energia, capaz de emanar bons fluidos. Para isso, basta plantar uma folhagem, uma erva, uma flor. Algumas espécies são mágicas!
O fascínio pelas plantas e sua energia benéfica está na ordem do dia. Hoje, ninguém mais é considerado lunático se for surpreendido conversando com seu vasinho de flores preferido. Ou mesmo se, passeando por um parque, tiver o impulso irresistível de abraçar uma árvore centenária, só para lhe "roubar" um pouquinho de energia.
Há quem diga que são os ventos da Nova Era, com a chegada do terceiro milênio, que trazem essa nova consciência, menos racional e mais intuitiva, em sintonia com as vibrações da natureza. O fato é que, na roda do tempo, a magia que envolve o verde não tem idade.
Por transmitirem sensação de bem-estar e conforto, as plantas sempre foram companhia obrigatória nos diferentes momentos da vida. Seja num simples jantar, na comemoração de nascimento, em casamentos, ou na morte.
Muitas espécies estão carregadas de simbolismos desde a Antiguidade, quando eram oferecidas aos deuses como prova de adoração. Um exemplo é o alecrim (Rosmarinus officinalis), que pela facilidade de reprodução de seus galhos, era usado pêlos egípcios para confeccionar coroas, ofertadas para Ísis. Reconhecia-se, assim, a fertilidade que a deusa e a planta simbolizavam.
Algumas, por outro lado, têm justamente na beleza exótica de suas flores a explicação de como essa força energética atua positivamente no homem. O lírio (Lilium candídum), símbolo da pureza da alma, sempre é lembrado na proteção contra bruxarias e encantamentos. O lírio-da Espanha (Íris xiphium) tem no nome uma alusão à deusa íris, divindade do arco-íris e mensageira dos deuses. O lótus (Nelumbo nucifera) era planta sagrada do alto Egito e atributo dos deuses nas religiões orientais evocando a vida eterna. O maracujá (Passiflora wacrocarpa) já foi muito plantado nos cemitérios, à volta do túmulos. Acreditava-se que sua flor de formas inusitadas, era um sinal divino: as pétalas circulares e de pontas afiadas lembram uma coroa de espinhos; os três estigmas do centro evocam os cravos usados na crucificação de Cristo, daí o nome "flor da paixão". Já a recatada malícia da dormideira (Mimosa pudica) apresenta um comportamento incomum para quem acredita que as plantas não têm movimento: a um leve toque, suas folhas se recolhem, como se estivessem murchas.
fonte:os 7 elementos
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
As esquisitices do religioso brasileiro

Todos acreditam ser donos da verdade. Talvez essa afirmação seja a única verdade que todos concordam. O título desse artigo, meu irmão, é que todos aqueles que usam a religião como escudo e arma de ataque caem nessa máxima.
Esquisito acreditarem que as suas verdades são absolutas. Alguns decoram trechos da bíblia para justificar tais verdades e as impor, sem respeitar a ninguém, nem a liberdade de discordar das pessoas.
Mas você que está lendo este artigo deve pensar: “O que há de esquisito nisso? Afinal desde que o mundo é mundo existe uma imposição de verdades de alguns.” O fato é que hoje somos livres para pensar e questionar, e o fato de ser umbandista, pratico uma religião que permite meu livre pensamento. Assim, responderei citando alguns dos absurdos que tenho visto, lido e presenciado nos últimos dias e que agora me fez desabafar.
Com a proliferação das igrejas evangélicas neopentecostais muitos jargões surgiram e são exibidos nos automóveis: “Deus é Fiel”, “Dirigido por mim, mas guiado por Deus”, “Presente de Deus”, “Família de Jesus” entre outros tantos.
Apesar de discordar e me incomodar pela forma equivocada que as frases que fazem apologia a esta ou aquela fé são colocadas, pois, apesar de não ser professor da língua portuguesa, acredito que a maioria tem um erro grave de colocação, pois Deus não tem que ser fiel e sim você tem que ser fiel a Deus, ou ainda se Deus te deu um carro porque você tem que pagar o financiamento?
Parece bobeira ou para alguns uma heresia, mas são coisas que me incomodam muito as pessoas falarem besteira e ninguém questionar. Meu pai sempre disse que é melhor ficar quieto e todos pensarem que você é um idiota do que você abrir a boca e todos terem certeza.
Mas as piores ainda estão por vir. Dias atrás enquanto dirigia pela cidade de Santo André, aqui no ABC paulista, o carro que estava a minha frente exigia a mensagem: “Deus odeia os injustos”.
Fiquei indignado. Como assim Deus odeia? Como Deus pode ser dotado de sentimento tão humano e mesquinho? Afinal, se essas próprias pessoas pregam que Deus é amor, como pode Ele odiar? Ou a mensagem de que Deus é Amor seja só marketing religioso?
E para piorar, o carro que levava tal frase, ao pararmos no semáforo, em fila indiana, em que tinha quatro ou cinco carros a nossa frente, cortou pela esquerda e passou no farol vermelho. Essa injustiça com todos os que esperavam em fila pacientemente o farol abrir, será que foi odiada por Deus?
Os outros relatos que quero compartilhar são os absurdos que presenciei na escola estadual que trabalho.
A professora de Educação Física tentou trabalhar uma das instruções propostas pela Secretaria da Educação e recebeu uma carta de um pastor de uma determinada igreja dizendo que o aluno Fulano de Tal estava proibido de fazer ou praticar aquele conteúdo da matéria e ainda desaconselhava que a professora não levasse em frente o conteúdo, pois aquilo desagradaria a Deus e que o conteúdo proposto pela professora era coisa do espiritismo, logo, coisa do demônio. O conteúdo proposto pela professora: A Capoeira.
No fim de Outubro, a professora de Inglês além de tentar ensinar algo do idioma, tentava ensinar algo da cultura americana e inglesa quando recebeu o recado de uma mãe com uma citação do livro de Deuteronômio que diz: “Que não tenha entre vocês... nem bruxo... nem mágico... porque todos os que fazem essas coisas são maus para o Senhor...” e a mãe ainda lançou um post numa rede social com os seguintes dizeres: “Diga não ao dia das bruxas (halloween). Se não agrada a Deus... Tô Fora!!!”
Tais fatos chamaram minha atenção por ao meu ver ser fruto das esquisitices daquele que se diz religioso, pois na maioria das vezes são preconceituosos, irresponsáveis e desrespeitam a tudo e a todos por se acharem donos da verdade em nome de sua fé cega e irracional.
Jairo Pereira Jr
PIMENTA MALAGUETA
Nome popular: Pimenta malagueta
Nome latino: Capsicum frutescens L., Solanaceae.
A pimenta-malagueta é uma variedade de Capsicum frutescens muito utilizada no Brasil, mas também em Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Também é conhecido pelos nomes de gindungo, maguita-tuá-tuá, ndongo, nedungo e piri-piri. Em Portugal e Moçambique, são chamados de piri-piri os frutos mais pequenos e malagueta os maiores. Normalmente, são usados secos para condimentar carnes. A malagueta, como todas as outras espécies do gênero Capsicum, é nativa das regiões tropicais das Américas.
A pimenta-malagueta silvestre, também conhecida no Brasil como malaguetinha-caipira, destaca-se pela alta concentração da capsaicina e baixíssimos teores de piperina, o que faz com que seus efeitos no organismo humano sejam predominantemente benéficos. Além disso, seu sabor inconfundível e marcante e seu aroma agradável fazem dela a variedade mais apreciada e mais apropriada à maioria dos pratos. Contudo, é importante salientar que as espécies de pimenta comercializadas como sendo malagueta, via de regra, são espécies híbridas, resultantes de cruzamentos realizados para desenvolver variedades mais produtivas, mais resistentes a pragas e menos atrativas aos pássaros e insetos, uma vez que a malaguetinha original é altamente susceptível a todos esses ataques.
Uso nos terreiros:
A folha pimenta (ata) é de vital importância para assentar Esù, significa elevação, porém em vários terreiros e comumente utilizada em trabalhos maléficos. Seus frutos são utilizados nas comidas de Esù e de Sàngó. A planta toda, inclusive os frutos são gún e participa do compartimento Fogo.
Suas folhas são indispensáveis para assentar Èsù, pois representa elevação.
Na santeria cubana, é uma planta associada a Èsù, Ògún e Osányìn (Cabreira 1992:295) utilizada tanto em trabalhos maléficos como em benéficos.
Embora geralmente associemos o seu uso com a finalidade de proteção ou ataque (ela é muito usada em rituais de "queimação") ela também pode ser empregada em diversos outros rituais.
Dentro da bruxaria (ritual wicca) é muito utilizada uma espécie de pimenta conhecida como pimenta da jamaica (Pimenta dioica). Seu uso se faz em infusões e na confecção de incensos, que juntamente com diversas invocações tem o poder de atrair dinheiro, boa sorte e afastar discussões dentro de casa. Suas folhas também têm propriedades medicinais analgésicas e para curar disfunções ginecológicas.
Dentro da magia cigana (aqui fundida com diversas práticas umbandistas), podemos observar algumas entidades (poucas) que utilizam a pimenta do reino (Piper nigrum) em seus sortilégios.
Uma característica importantíssima que não podemos esquecer é que a pimenta (malagueta- Capsicum frutescens ou dedo de moça- Capsicum baccatum, entre outras) tem o poder de nos dar força, confiança e vitalidade.
Uso em Ifá:
Planta usada em Ifá; principalmente, para assentar Esù..
Outros nomes yorùbá: ata olobenkàn e ata sísebé (Verger 1995:644)
Nome popular: Pimenta malagueta
Nome latino: Capsicum frutescens L., Solanaceae.
dica: pimenta não gosta de solo encharcado, na dúvida, antes de regar de novo ponha o dedo na terra e sinta se está muito úmido. Se ainda estiver não molhe. Outra coisa, retire sempre as pimentas maduras e as folhas e galhos secos. Ela vai ganhar muito mais força.
Por fim: embora a pimenta (Capsicum sp.) seja considerada uma planta perene (ou seja, todo ano ela produz flores e frutos), depois de alguns anos é bom guardar algumas sementes e plantar novas mudas pois com o passar do tempo ela vai perdendo a força.
pesquisa: aurea oliveira
domingo, 8 de janeiro de 2012
AXEXÊ – Rito Fúnebre

1) Fase preparatória:
Desde que o falecimento de uma adósù do “terreiro” é conhecido, procede-se a levantar um pequeno recinto provisório, coberto de folhas de palmeira, junto ao Ilé-ibo-akú.
A Iyálàse, secundada por outra sacerdotisa, procede ao levantamento ritual dos “assentos” individuais pertencentes à falecida assim como todos seus objetos sagrados e tudo é depositado no chão no recinto provisório, distante dos Ilé-orixá. As quartinhas que continham água são esvaziadas e emborcadas.
2) Axexé os cincos primeiros dias:
O ritual Axexé dura sete dias consecutivos. Durante os cincos primeiros dias as mesmas cerimônia se repete exatamente, segundo a seguinte seqüência:
a) Todos os membros do egbé, rigorosamente vestidos de branco, reúnem-se, no barracão, ao pôr-do-sol, para celebrar o Padê tal qual o descreveremos. No inicio, o espírito do morto é invocado junto com Exú e todas as entidades.
b) Terminado de cantar o Padê, o egbé coloca-se em volta da cuia vazia que ocupa o centro da sala, deixando sempre uma passagem de saída para o exterior. Neste momento, um dos sacerdotes, encarregados do ritual que se vai desenrolar no Ilé-akú e no recinto exterior onde foram depositados os “assentos” e os objetos da falecida, traz uma vela, coloca-a ao lado da cuia e ascende.
c) Todos os que estão presentes enrolam suas cabeças com torços brancos e cobrem cuidadosamente o corpo com um grande oja branco. No momento em que se ascende a vela, supõe-se que o espírito do morto se encontre na sala representado pela cuia. Um logo rito vai desenrola-se, começando pela Iyálorixa, seguida em ordem hierárquica por cada uma sacerdotisa de grau elevado e finalmente por um grupo de dois a dois das noviças.
Cada uma saúda o exterior, a cuia os presentes e dança em volta da cuia colocando moedas que passam previamente por sua cabeça, delegando sua própria pessoa ao morto. Ao mesmo tempo despede-se do morto, com cantigas apropriadas. A primeira cantiga entoada pela Iyálorixa é uma reverensa a todos os Axexé que, como dissemos, são os primeiros ancestrais da criação, o começo e a origem do universo, de uma linguagem, de uma linhagem, de uma família, de um “terreiro”. A venerável morta a Adosun que merece essa cerimônia e é seu objeto converter-se-á também num Axexé.
A Iyalase saúda: Axexé, Axexé o!; 1. Axexé, mo juga; Axexé, Axexé o!; 2. Axexé o ku Agbà o!; Axexé, Axexé o!; 3. Axexé, érù ku Àgbà o!; Axexé, Axexé o!
Tradução: Axexé oh! Axexé; Axexé eu lhe apresento meus humildes respeitos oh!;
Axexé oh! Axexé; Axexé eu venero e saúdo os mais antigos, oh!; Axexé oh! Axexé;
Axexé a escrava saúda os mais antigos, oh!; Axexé oh! Axexé.
É o seguinte o texto da Segunda cantiga: Bibi bibi lo bi wá; Ode Arolé lo.
Tradução: Nascimento do nascimento que nos trouxe Ode Arolé (Òsôsi) nos trouxe ao mundo.
Saudando particularmente Oxossi que, como já dissemos, é o ancestre mítico fundador dos “terreiros” Ketu e consequentemente, Axexé do filhos do “terreiro”.
Todos os presentes estão obrigados a despedir-se do morto e delegar-se nele por meio das moedas que colocam na cuia-emissario.
d) Quando todo os presentes protestaram suas homenagens e despediram-se do morto, formam uma roda e todo o egbé e os parentes do morto entoam, entre outras, a cantiga:
Ò tó ‘rù egbé ma sokún omo ò tó ‘rù egbé ma sokún omo égun ko gbe eyin o!
Ekikan ejare àgbà Orixá gbe ni másè ekikan esin enia niyi r’òrun
Tradução: Ele alcançou o tempo (de converter-se) no érù egbé (o carrego que representa o egbé). Não chore, filho. Oficiante do rito, não chore.
Alcançou o tempo (de converter-se) no carrego (no representante) do egbé.
Não chore, filho. Que Égun nos proteja a todos!
Proclamai o que é justo. Que Àgbà Orixá nos proteja a todos!
Proclamai (que) foi enterrado um dos seus, que foi para o òrun.
(isto quer dizer, falai alto, com justa razão, porque enterram alguém venerável que irá ao òrun).
A roda se desfaz e cada um volta para seu lugar.
e) algumas adósù trazem vasilhas com comidas especialmente preparadas para essa ocasião e as colocam ao lado da cuia. Junto também é colocado um obì.
f) Os sacerdotes vêm e levantam ritualmente a cuia cheia de moedas, apagam a vela e transportam tudo, também obì. e as comidas, para o recinto especial exterior, onde tudo é colocado junto aos objetos que pertenceram ao morto.
g) Os membros do egbé na sala, descobrem suas cabeças, enrolam o pano branco por de baixo dos braços e formam uma Segunda roda, saudando e homenageando os orixás. Acaba essa parte da cerimônia, eles se cobrem novamente e continuam a roda cantando uma última cantiga de adeus ao morto.
3) Axexé: sexto e sétimo dias:
o ritual do sexto e sétimo dias é o ponto culminante do ciclo. No crepúsculo canta-se o Padê e continua-se como nos dias precedentes até a fase. Seguem-se os seguintes ritos:
a) Ao pé das comidas e do obì colocam-se, ao lado da cuia, os animais que vão ser oferecidos de acordo com o asé do morto.
b) Um sacerdote vem do exterior e põe no punho esquerdo de todos os assistentes pequenas tiras de màrìwò. É isso que os identifica como filhos do “terreiro” e os protege.
c) Os membros do egbé retomam seus lugares e esperam ser avisados do fim do rito que se desenrola do Ilé-ibo.
d) Nesse meio tempo, os sacerdotes preparam o chamado final do morto. Trazem tudo, “assentos”, objetos pertencentes ao morto, cuia, comidas e animais para o Ilé-ibo-akú. Traçam no solo de barro batido um pequeno círculo com areia e por cima, um círculo com cada uma das três cores símbolos. É um ojúbo provisório, em que se invoca o morto.
No meio dele, parte-se o obì e, com seus segmentos, consulta-se o oráculo sobre a destinação a ser dada a cada um dos objetos e “assentos” do morto. Se trata de uma sacerdotisa de grau elevado, às vezes acontece que o “assento” de seu orixá fique no “terreiro” para ser adorado, com a condição de que o morto, consultado, esteja de acordo.
Também pode querer deixar alguns objetos de uso pessoal, determinadas jóias ou emblema a um parente ou a uma irmã do “terreiro”. O resto, o que o morto não deixa para ninguém, em especial seu Bara, seu Ìpòrí, é posto em volta do pequeno círculo assim como as três vasilhas novas de barro, que descreveremos falando do “assento” dos Égun das adósù. Se o morto pertence à cúpula do “terreiro” ou possui méritos excepcionais, as três vasilhas são separadas para se proceder mais tarde a seu “assentamento” no Ilé-ibo-akú. Caso contrário, que é a maioria, as três vasilhas são colocadas junto aos que circundam o círculo-ojúbo. O sacerdote do grau mais elevado invoca o morto três vezes, batendo no solo com um ìsan novo preparado com uma grossa tala de palmeira. Invoca-se para que venha apanhar seu carrego, para que leve e se separe para sempre do egbé e do “terreiro”.
Insiste-se e, na terceira invocação, o morto responde e simultaneamente tudo é destruído, quebrado com ìsan, rasgando-se vestimentas e colares. Os animais são imolados e colocados por cima dos restos destruídos, onde se coloca partes das moedas que se esparramaram ao quebrar a cuia, e os màrìwò que, retirados dos punhos irão juntos com os despojos do morto.
Coloca-se por cima o punhado de terra, com a areia e as três substâncias cores recolhidas oportunamente. Um grande carrego é preparado: é o erù e sacerdotes levarão a perigosa carga especificado pelo oráculo para que Exu e Eleru disponha dele.
e) Um sacerdote previne o egbé que, em silêncio, esperava na sala. Todos se levantam a saída do erù-ikù:
Gbe ‘rú le mã lo a fi bo
Tradução: o carrego da casa está saindo cubram-nos.
f) Todos os participantes esperam em silêncio a volta dos sacerdotes que, ao seu regresso, irão, em primeiro lugar, prestar conta de sua missão aos ancestrais no Ilé-ibo-akú. Em seguida, virão à sala para comunicar o feliz término de sua missão.
O egbé forma uma roda, canta saudando os orixás, e dois cantos finais despedindo-se do morto.
Iku o! Iku o gbe lo o gbe, dide k’ o jo eku o! òdigbõse o!
Oh! Morte, morte o levou consigo ele partiu, levantem-se e dancem, nós o saudamos! Adeus!
No entardecer do sétimo dia, canta-se o Padê de encerramento e, em seguida, procede-se ao sacudimento, isto é, a lavar, varrer e sacudir todos os Ilé e a sala, com ramos de folhas especiais.
O asé da adósù passou a integrar o do “terreiro”. Se a pessoa falecida é a Iyálàse, deverá proceder-se a “retirar” sua mão de todos os objetos, todos os borí, celebrada pela Iyálàse substituta. Durante esse rito, ela pousará a mão sobre o orí de cada um dos membros do egbé, transferindo-lhes seu próprio asé.
Se o grau da adósù falecida o permite, e se a resposta do oráculo o confirma, uma vez preparado o carrego, o ibo desta será preparado ritualmente com três vasilhas novas de barro.
Um àpéré especialmente aprontado com uma combinação de folhas apropriadas é colocado diretamente sobre a terra no Ilé-ibo no lugar em que será implantado o “assento” formado com três recipientes; coloca-se junto uma quartinha com água e tudo é recoberto com um pano branco.
Cumprindo um ano, uma oferenda espacial será feita e a sacerdotisa falecida passará a fazer parte dos mortos e dos ancestrais venerados no Ilé-ibo-akú, Axexé protetores do “terreiro”.
Uma cantiga entoada na terra Yorùbá diz:
Ìyá mi, Axexé!; ba mi, Axexé!; Olórun un mi Axexé o o! ki ntoo bò orixá à è.
Tradução: Minha mãe é minha origem!; Meu pai é minha origem!; Olórun é minha origem!; Consequentemente, adorarei minhas origens antes de qualquer outro orixá.
E no “terreiro” invoca-se: Gbogbo Axexé tinu ara.
Todos (o conjunto dos) Axexé no interior de nosso corpo…(do “terreiro”).
Se Axexé, não há começo, não há existência. O Axexé é a origem e, ao tempo, o morto, a passagem da existência individual do àiyé à existência genérica do òrun. Não há nenhuma confusão entre a realidade do àiyé – o morto – e seu símbolo o seu doble no òrun – o Égun. Há um consenso social, uma aceitação coletiva que permite transferir, representar e simultânea do àiyé e do òrun, a vida e da morte.
O asé integrado pelos três princípios-símbolos e veiculado pelo princípio de vida individual manterá em atividade a engrenagem complexa do sistema e, através da ação ritual, propulsionará as transformações sucessivas e o eterno renascimento.
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