quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO !!!!!!!!!

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo...

Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependimento pelas besteiras consumadas...

É necessário que vc faça da vida um canteirode oportunidades para vc ser feliz...

E, quando você errar o caminho, recomece.

Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.

Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.

Usar as perdas para refinar a paciência.

Usar as falhas para lapidar o prazer.

Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.

Jamais desista das pessoas que você ama.

Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível,

ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro,

tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo!

Eu sei que não é fácil mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.


Administradores do Blog
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Preconceito ou direito ao sossego?

Vizinho acusa centro de Umbanda da Capital de perturbar seu sossego com o barulho dos ritos e manifestações religiosas. O que para uns é pertubação do sossego, para outros, é intolerância religiosa. O dilema divide moradores e casas religiosas, especialmente cultos umbandistas.

No distrito do Rio Vermelho, Norte da Ilha de Santa Catarina, o assunto foi parar na Fundação do Meio Ambiente (Floram). O Centro de Umbanda Caboclo Pena Verde foi notificado e orientado a colocar tratamento acústico para que o som do atabaque, as palmas e os pontos (cânticos) não extrapolem o espaço de dentro do terreiro.

A Floram responde à denúncia feita por um vizinho que se sente prejudicado pelos dias de culto. O morador Cléber Fraga diz que se trata de uma questão legal, pois “quem mora perto sabe do barulho que se ouve”:

– Não são as pessoas que incomodam, mas o fato de não podermos assistir TV, conversar com as visitas ou mesmo com minha esposa quando eles estão em atividade.

A dirigente do terreiro, Dione Barros, conhecida como Mãe Bia deu duas alternativas: levantar o muro para diminuir o impacto do som produzidos no ambiente e fazer as festas mais cedo. O local funciona há seis anos, nas quartas-feiras (20h às 22h) e aos sábados (18h30min às 22h).

A direção do centro também aceitou alterar algumas regras – fazer com que o atabaque só fosse batido a cada 15 dias, assim como as palmas.

– Acho que até tentaram, mas depois voltou ao normal e o barulho permaneceu – conta Cléber.

Segundo Dione, a obrigatoriedade do isolamento acústico vai inviabilizar a manutenção de muitas casas como a sua. Para ela, são locais onde tradicionalmente as pessoas não dispõem de muitos recursos.

A dirigente afirma que no espaço não funcionam apenas as sessões, mas que se trata de uma entidade pública possuidora de alvará da prefeitura e com projetos de cunho social.

Reações aos terreiros são constantes. O episódio no Centro de Umbanda Cabloclo Pena Verde, no Rio Vermelho, não é único. Religiosos dizem que são comuns as reclamações de moradores nos dias de culto.

Claudio Mizraji, no Camdomblé desde 2005, afirma que as reação contrária aos centro “simboliza a realidade de outros lugares onde são feitas práticas similares que sofrem preconceito”. Ele trabalha na Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, em Florianópolis, voltada ao combate de qualquer tipo de discriminação.

Vicente do Espírito Santo, chamado de Pai Pequeno, do Centro de Umbanda Cabloclo Pena Verde, falou que muitos companheiros de outros cultos sofreram com pedras sendo jogadas e a polícia invadindo o local e até prendendo médiuns.


Em 15 de novembro, para marcar o Dia Nacional da Umbanda, Mãe Bia organizou uma caminhada pelas ruas do Rio Vemelho pedindo liberdade religiosa. Participaram seguidores de outras manifestações culturais como Hare Krishna

– Entendemos como um problema mais abrangente e por isso a participação coletiva – explica a advogada Nathália Dias de Moura, que defende os interesses do Caboclo Pena Verde.
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Este tipo de fato tem acontecido constantemente em nossa cidade.
Tenho recebido diversos relatos de Zeladores e médiuns me informando sobre isso.
O que acho estranho é que a maioria dos terreiros que são notificados estão dentro da lei.
Se tem alvará de funcionamento expedido pela prefeitura e outros orgãos, porque estão sendo notificados?
Existem terreiros em Florianópolis que tem mais de 40 anos de funcionamento. Mas basta a construção de um prédio, a chegada de um novo vizinho ou simplesmente uma discussão entre o Zelador e um vizinho para ser feita uma denuncia na Floram, Policia, etc.
Diversas igrejas, templos e salões de outras religiões também fazem barulho com seus canticos e orações, muitas vezes gritadas, e ninguém reclama.
Será que são surdos para estes barulhos?
A maioria das casas não só simplesmente terreiros, mas sim casas de caridade. Quem procura-nos está precisando, não encontra em outro lugar o que encontra aqui.
Que diferença existe entre nossos canticos e os hinos gospel?
Que diferença existe entre nossos atabaques e as baterias, guitarras e violões dos ministérios de musica?
Que diferença existe entre nossas palmas e as palmas deles?
A diferença será que está na crença estupida que cultuamos Ogum em vez de São Jorge?
Cultuamos Oxalá em vez de Jeová?
Xango em vez de São João Batista?
Ou que cultuamos Exús que para eles são diabos?
Falta a todos o conhecimento de sua própria origem.
Quem não tem uma gota de sangue africano em suas veias?
Quem nunca bateu um pézinho ao ritmo de um batuque?
Quem nunca foi a uma benzedeira para curar um cobreiro ou uma cigana para saber o futuro.
O futuro só será bom para todos quando não existir mas a discriminação.
E você, que não acredita em espiritismo, grave as palavras da Preta-Velha:
"FILHO, SE VOCÊ PRECISAR, E SÓ PENSAR NA VOVÓ, QUE ELA VEM LHE AJUDAR!"


Nilo Coelho.

O Acarajé de Oyá

O acarajé dos Yorubás da África Ocidental que deu origem ao brasileiro é por sua vez semelhante ao Falafel árabe inventado no Oriente Médio

Yansan é Orixá dos ventos e das tempestades, Senhora dos raios e dona da alma dos mortos. A ela são oferecidos os bolinhos feitos de feijão fradinho e fritos no azeite de dendê, o acarajé. Segundo a lenda, a deusa dos ventos, mulher de Xangô, foi a casa de Ifá, buscar um preparado para seu marido. Ifá entregou o encantamento e recomendou que quando Xangô comesse fosse falar para o povo. Yansan desconfiou e provou o alimento antes de entregá-lo ao marido. Nada aconteceu. Quando chegou em casa entregou o preparado ao marido, lembrando o que Ifá dissera. Xangô comeu e quando foi falar ao povo, começaram a sair labaredas de fogo da sua boca. Yansan ficou aflita e correu para ajudar o marido gritando Kawô Kabiesilé. Foi então que as labaredas começaram a sair da sua boca também. Diante do ocorrido o povo começou a saudá-los: Obá anlá Òyó até babá Inà, ou seja, Grande Rei de Oyó, Pai do Fogo. Essa história explica o nome do acarajé, que vem do yorubá akárà (bola de fogo) e jè (comer).



O escritor Manuel Querino em A arte culinária na Bahia, de 1916, conta, na primeira descrição sobre o acarajé, que “no início, o feijão fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz”.


O acarajé dos Yorubás da África Ocidental (Togo, Benin, Nigéria, Camarões) que deu origem ao brasileiro é por sua vez semelhante ao Falafel árabe inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África nas diversas incursões entre os séculos VII a XIX. As favas secas e grão de bico do Falafel foram alternados pelo feijão-fradinho na África.


Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo. O acarajé oferecido ao Orixá Yansan é ornado com nove ou sete camarões defumados, simbolizando “mensan orum” nove Planetas. O acará de Xangô tem uma forma ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido. O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no tabuleiro da baiana e são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o Orixá.


A forma de preparo é praticamente a mesma, a diferença está no modo de ser servido: ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru, camarão refogado, pimenta e salada de tomates verde e vermelho com coentro. Há uma certa similaridade do acarajé com o abará. A diferença está na maneira de cozer. O acarajé é frito, ao passo que o abará é cozido no vapor.


Fonte: Pelo Pelourinho

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz aniversário senhor Oxalá

O cantinho da entidade



Mesmo que o médiun não esteja lá, a entidade está,


Os Orixás também não saem de lá


Falo da casa santa, da casa de Oxalá.


Fica ali no canto do terreiro o banquinho do Preto Velho


Em cima está o cachimbo ainda sujo do último tabaco


Caido ao lado do quipá esta o terço colocado com carinho


O cheiro no ar ainda é da alfazema usada nas curas


No chão ainda esta a cera das velas postadas uma a uma


O cheiro forte da arruda ainda paira no ar, perto do chão


É ainda esta ali o Preto Velho, não saiu e nunca sairá


Não tem pra onde ir, se o médium não o for buscar


Os atabaques silenciaram e o som é da agua do mar


Agua da fonte da mamãe Iemanja, linda sereia a olhar


Mesmo quando a luz se apaga ele ainda está ali


Da porta do terreiro da pra ver que ele não se levantou


Continua sentado olhando o infinito a espera de alguém


Essa pessoa deve deixa-lo usar seu corpo mais uma vez


Para poder tocar as pessoas em seu coração


Para aliviar a viagem de volta, e iluminar as estradas de aruanda


Enquanto espera o Preto Velho canta, canta triste mas ainda canta


Sua música é acompanhada pelos anjos de São Miguel


Que com seus lindos bailados sobem ao alto do congá


Ouve-se correria são as crianças de Cosme que espiam a porta


Esperam que seus médiuns venham e acendam duas velinhas


Doces também são bem vindos se vierem com guaraná


A fumaça do carvão no incensário ainda solta o fim da defumação


Exús então rodeiam este sopro soltando uma gargalhada no silêncio


Cai a noite e vem chegando o amanhecer, em cima da porta esta a espada


Na guarda da casa empunhada pelo senhor Ogum protetor


Lâmpada da Barra guarda o caminho daqueles que já saíram


O Cheiro de pipoca ainda está forte na panela de barro


Obaluaê remexe os piruãs das sobras daqueles que não compreendem


O lenço vermelho da cigana sobe ao alto e gira sem parar


Com sua voz encantada solta gargalhadas e quebra o silêncio


No canto um velho sentado em uma pedra encosta o machado pesado


Justiça feita a demanda vai acabar, Pai Xangô decretou e cumpriu o destino


Uma flecha certeira percorre do congá até a porta de entrada do terreiro


Fixa firme cravada na madeira da entrada como confirmação da casa santa


Na ponta da flecha algumas fitas coloridas, balançam ao vento com força


Ta chegando Iansã dona dos ventos e senhora dos caminhos


Sopra as velas ainda acessas com força mas não apaga nenhuma


Não pisa no chão e flutua com uma Santa os 4 cantos do terreiro


E com um raio acende as velas ainda apagadas iluminando todos Orixás


Tem doce pergunta Damião a Doum quando este recolhe a oferenda


Uma batida forte na porta estremece a terreira e a porta se abre


É Ogum de Ronda que voltara dos atributos a ele destinados


Saúda a todos e caminha em direção a Iemanjá


Deposita um perfume que trouxera de longe prometido ao mar


Um tecido fino escorrega das colunas do terreiro, deixa cair


Como se fosse folhas de outono nas aguas da cachoeira


O canto de pássaros vibram pelo ar da casa santa


As velas acessas aumentam a intensidade de luz divina


Os braços de Oxalá agora estendem-se para frente


Esperam suas mãos serem tocadas pela mamãe que acabara de chegar



Quebra o silêncio a Orixá Oxum para falar ao filho querido


Feliz Natal, e feliz aniversário Oxalá, meu filho querido


Seu dia de nascimento na terra é hoje e queria que você intercede-se


Por todos irmãos deste lindo lugar, cure filho as doenças, traga o sorriso


as familias desunidas, traga a paz aos corações desencantados, traga a vida


e o amor entre todos que acreditam em Deus nosso Pai.


FELIZ NATAL E FELIZ ANIVERSÁRIO SENHOR OXALÁ


Que a Divina Luz esteja entre nós

Emidio de Ogum

PARABÉNS BABÁ

DIA 20 DE DEZEMBRO COMEMORAMOS OS 70 ANOS DA YALORIXÁ
MARIA DO CARMO.
QUE NOSSO PAI OXALÁ SEMPRE ESTEJA LHE COBRINDO DE MUITO AXÉ.
HOMENAGEM DE SEUS FILHOS, NETOS, NORAS, GENROS, IRMÃOS E AMIGOS


VIVER PARA A FÉ...OU... VIVER DA FÉ ?

Atualmente muitos adeptos da Umbanda não vivem para Ela, mas sim, dela vivem.

Longe de mim condenar quem depende da Umbanda para poder ganhar seu pão de cada dia. Cito por exemplo as centenas de lojas especializadas em

suprimentos para a prática da nossa Fé. Vão desde pequeninas lojas na

periferia, até verdadeiros magazines luxuosos. Mas na verdade,

freqüentar algumas dessas lojas é fascinante e contagiante,

particularmente esqueço da vida quando estou dentro das lojas, pois

sinto vontade de comprar um monte de acessórios. Mas não é esse tipo de

comércio que preocupa, até porque são extremamente necessários a prática

da nossa Fé, mas sim refiro-me ao monte de ofertas que podemos

encontrar na internet de cursos e treinamentos abordando todos os

assuntos que compõem a Umbanda. Por algumas centenas de Reais, uma

pessoa inexperiente poderá ser tornar em pouco tempo um mestre

conhecedor de todos os rituais Umbandistas.

 
Existe de tudo, treinamentos aos finais de semana, cursos rápidos, palestras, encontros, e tudo com certificado de participação. Os temas abordados são abrangentes, uma vez

que permite que o participante passe a “compreender” toda a

ritualística, e claro, saber utilizar-se dela no terreiro. Está aí uma

forma de codificar a Umbanda, uma vez que todos que participam desses

cursos irão conduzir seus trabalhos de maneira semelhante, imagino.

 
Nota: Apenas me antecipando as suas críticas, quero afirmar que nada

tenho contra a informação séria.

 
Na Umbanda a oferta de literatura informativa não é muito farta, porém podemos encontrar livros muito bons, mas também estão nas prateleiras

aqueles livros milagrosos que ensinam a se tornar médiuns, a fazer

curas, magia, benzimentos, oferendas…. Ufa!!…. tem de tudo! Sei que o

tema é contagiante e muito envolvente, mas não podemos esquecer que é lá

no terreiro onde está a maior fonte de sabedoria. Evidentemente que

devemos nos instruir, mas sejamos cautelosos com aqueles que apenas

vivem da Fé.

Ontem, lá no terreiro…. Pai Guiné deu uma baforada em minha direção e disse: Sente-se meu filho…. tenho muito a lhe ensinar……

Wilson de Omulu

Yansan e o Búfalo

Ogum foi um dia caçar na floresta. Ele ficou na espreita e viu um búfalo vindo em sua direção. Ogum avaliou logo à distância que os separava e preparou-se para matar o animal com a sua espada. Mas viu o búfalo parar e, de repente, baixar a cabeça e despir-se de sua pele. Desta pele saiu uma linda mulher. Era Yansan, vestida com elegância, coberta com panos, um turbante luxuoso amarrado à cabeça e ornada de colares e braceletes.


Yansan enrolou sua pele e seus chifres, fez uma trouxa e escondeu num formigueiro.

Partiu, em seguida, num passo leve, em direção ao mercado da cidade, sem desconfiar que Ogum tinha visto tudo. Assim que Yansan partiu, Ogum apoderou-se da trouxa, foi para casa, guardou-a no celeiro de milho e seguiu, também, para o mercado.

Lá, ele encontrou a bela mulher e a cortejou. Yansan era bela, muito bela, era a mais bela mulher do mundo. Sua beleza era tal que se um homem a visse, logo a desejaria.

Ogum foi subjugado e pediu-a em casamento. Yansan apenas sorriu e recusou sem apelo.

Ogum insistiu e disse-lhe que a esperaria. Ele não duvidava de que ela aceitasse sua proposta. Yansan voltou à floresta e não encontrou seu chifre nem sua pele.

Ah! Que contrariedade! Que teria se passado? Que fazer? Yansan voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava. Ela perguntou-lhe o que ele havia feito daquilo que ela deixara no formigueiro. Ogum fingiu inocência e declarou que nada tinha a ver, nem com o formigueiro nem com o que estava nele. Yansan não se deixou enganar e disse-lhe: Eu sei que escondeu minha pele e meu chifre. Eu sei que você se negará a me revelar o esconderijo. Ogum, vou me casar com você e viver em sua casa. Mas, existem certas regras de conduta para comigo.

Estas regras devem ser respeitadas, também, pelas pessoas da sua casa. Ninguém poderá me dizer: Você é um animal! Ninguém poderá utilizar cascas de dendê para fazer fogo.

Ninguém poderá rolar um pilão pelo chão da casa Ogum respondeu que havia compreendido e levou Iansã. Chegando em casa, Ogum reuniu suas outras mulheres e explicou-lhes como deveriam comportar-se. Ficara claro para todos que ninguém deveria discutir com Iansã, nem insultá-la.

A vida organizou-se. Ogum saía para caçar ou cultivar o campo.

Yansan, em vão, procurava sua pele e seus chifres. Ela deu à luz uma criança, depois uma segunda e uma terceira Ela deu à luz a nove crianças.

Mas as mulheres viviam enciumadas da beleza de Yansan. Cada vez mais enciumadas e hostis, elas decidiram desvendar o mistério da origem de Yansan. Uma delas conseguiu embriagar Ogum com vinho de palma. Ogum não pôde mais controlar suas palavras e revelou o segredo. Contou que Yansan era, na realidade, um animal;

Que sua pele e seus chifres estavam escondidos no celeiro de milho.

Ogum recomendou-lhes ainda: Sobretudo não procurem vê-los, pois isto a amedrontará.

Não lhes digam jamais que é um animal! Depois disso, logo que Ogum saía para o campo, as mulheres insultavam Iansã: Você é um animal! Você é um animal!!

Elas cantavam enquanto faziam os trabalhos da casa: Coma e beba, pode exibir-se, mas sua pele está no celeiro de milho! Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado.

Yansan aproveitou-se e correu para o celeiro. Abriu a porta e, bem no fundo, sob grandes espigas de milho, encontrou sua pele e seus chifres.

Ela os vestiu novamente e se sacudiu com energia. Cada parte do seu corpo retomou exatamente seu lugar dentro da pele. Logo que as mulheres chegaram do mercado, ela saiu bufando. Foi um tremendo massacre, pelo qual passaram todas. Com grandes chifradas Yansan rasgou-lhes a barriga, pisou sobre os corpos e rodou-os no ar.

Ela poupou seus filhos que a seguiam chorando e dizendo: Nossa mãe, nossa mãe! É você mesma?

Nossa mãe, nossa mãe! Que você vai fazer?

Nossa mãe, nossa mãe! Que será de nós?

O búfalo os consolou, roçando seu corpo carinhosamente no deles e dizendo-lhes:

Eu vou voltar para a floresta; lá não é bom lugar para vocês.

Mas, vou lhes deixar uma lembrança.

Retirou seus chifres, entregou-lhes e continuou:

Quando qualquer perigo lhes ameaçar, quando vocês precisarem dos meus conselhos, esfreguem estes chifres um no outro. Em qualquer lugar que vocês estiverem, em qualquer lugar que eu estiver, escutarei suas queixas e virei socorre-los. Eis por que dois chifres de búfalo estão sempre no altar de Yansan

Fonte: Taba de Oxossi

A VERDADEIRA CARIDADE

A Caridade sem dúvida é o princípio base da Umbanda, junto com a humildade e a paz formam os fundamentos principais. Mas o que vemos em templos, tendas e terreiros é a distorção da verdadeira Caridade.



Algumas casa se privam apenas a praticar a caridade perante os consulentes na assistência. Qual Caridade é essa, doar o tempo para que a entidade se manifeste? Infelizmente enxergamos em muitos lugares que o propósitos de muitos médiuns não é a caridade e sim usam da entidade e da mediunidade escoras e muletas para vaidades, orgulhos, soberbias e pior ainda para a imposição do medo. Nessas horas me pergunto será que é isso que nós entidades nos despusemos a fazer nos templos, em vez de nos manifestarmos par ajudar o próximo viemos em terra para causar intrigas, brigas e desavenças.


Ora nós espíritos do bem não nos prestamos a fetiches e vontades das matérias que usamos, somo espíritos em busca da evolução, alguns afirmam que viemos para fazer o bem e o mal, mas isso é MENTIRA. Nós só praticamos o bem, a caridade e fazemos trabalhos ditados por Deus. Ora o que teriámos a ganhar por desfazer um casamento? Ou pior por amarrar uma pessoa?


Nós entidades vendemos nossa luz por uma garrafa de pinga numa esquina? Não queridos filhos, nós entidades não nos prestamos a trabalhinhos pois isso não nos evoluirá. Deus a energia criadora é que nos dá força. Nós trabalhamos pra Deus sim, pois foi Ele que nos criou, foi Ele que nos amou e é Ele a quem somos subordinados.


Por isso digo, você que se preocupa em tantas firmezas espirituais, escudos energéticos, a âncora maior de um casa de oração é a caridade pura, é lá que mora a maior firmeza, pois é ali que há o verdadeiro propósito, por isso você como Sacerdote tem a OBRIGAÇÃO de praticar a caridade, tem a RESPONSABILIDADE de ajudar o próximo pois somente assim você realmente estará buscando sua evolução. Você médium em desenvolvimento, entenda que ajudando uma casa, dando carinho a quem precisa uma palavra em boa hora, será a sua maior evolução, muitos pensam que nós entidades moramos nos templos, mas não nós vivemos com nossas matérias, sabemos 24 horas o que se passa com vocês, por isso cuidado, não seja santinho no Templo e um errado fora, seja um verdadeiro Sacerdote todo o tempo.


Outro ponto relevante, é que você se lembre de antes de ajudar um terceiro respeite sua familia, ame seus familiares pois é ali que mora um dos maiores carmas, é com eles que seu resgate começa e é maior. Que Deus esteja com todos vocês.




Exu Lord Corcunda

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DIVULGAÇÃO

Enlace matrimonial dos Filhos de Fé,  realizado em 11/12/2010 
na Tenda de Umbanda Caminhos de Aruanda
Aldeia do Caboclo Tupinambá.























"Evolução é a razão básica da existência do ser. Existimos para evoluir."
Mestre Rubens Saraceni


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PARABÉNS AOS NOIVOS E AGRADECEMOS PAI CRISTIANO PELAS FOTOS.
ASSIM PODEMOS DIVULGAR NOSSA RELIGIÃO AO MUNDO INTEIRO.
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LEMBRAMOS A TODOS QUE O CASAMENTO NA UMBANDA É VÁLIDO COMO SACRAMENTO RELIGIOSO, INCLUSIVE COM CERTIDÃO VÁLIDA LEGALMENTE.
Nilo Coelho


SOMOS APRENDIZES

Nós Umbandistas, exigimos respeito das outras religiões e segmentos da sociedade, ficamos indignados, quando falam mal de alguma coisa referente a nossa religião, criamos movimentos, mas...


Como vamos exigir respeito se nós mesmos não nos respeitamos??

Como vamos cobrar igualdade se dentro de nossa própria religião somos preconceituosos com aqueles que pensam e/ou agem diferente de nós??

Se não aceitamos criticas?

Alguns umbandistas se acham a “ultima coca cola gelada do sertão”, apenas por ostentarem títulos como “pais”ou “mães”, adoram criticar, mas não aceitam criticas, tornam-se donos da verdade e combatem aqueles que não aceitam estas verdades...

Há alguns dias atrás recebi criticas, ao dizer que antes de criarmos um movimento para cobrar respeito de outros segmentos, deveríamos debater nossa conduta, mas cada vez mais vejo que tinha razão...

Qual é a importância se a Umbanda que pratico adota imagens e a do outro não?

Qual é a importância se na Umbanda que pratico acendemos velas ou não? Etc. etc...

O que realmente importa é a essência, o amor, a fé e a seriedade com que ela é praticada, a partir do momento em que começarmos a mostrar isto para a sociedade com certeza seremos respeitados...

Vamos parar de nos tratar como concorrentes comerciais, ou pior concorrentes políticos, e vamos agir como irmão de fé...

Vamos parar de querer censurar irmãos que nos questionam, ou que não concordam com nossas idéias e vamos chamá-los para debate-las...

Vamos parar de usar nossos títulos como garantia de sermos sábios e passar a agir como o que realmente somos APRENDIZES...

Penso que se tivéssemos todos o dom da vidência, inúmeras vezes poderíamos ver nossos amados guias espirituais, tristes, indignados e até chorando ao nos ver tomando determinadas atitudes...

Abraços

Marco Boeing – ASSEMA / Curitiba

AS DIFERENÇAS ENTRE RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE

A religião não é apenas uma, são centenas.



A espiritualidade é apenas uma.


A religião é para os que dormem.


A espiritualidade é para os que estão despertos.


A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que


fazer, querem ser guiados.


A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.


A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.


A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.


A religião ameaça e amedronta.


A espiritualidade lhe dá Paz Interior.


A religião fala de pecado e de culpa.


A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.


A religião reprime tudo, te faz falso.


A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!


A religião não é Deus.


A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.


A religião inventa.


A espiritualidade descobre.


A religião não indaga nem questiona.


A espiritualidade questiona tudo.


A religião é humana, é uma organização com regras.


A espiritualidade é Divina, sem regras.


A religião é causa de divisões.


A espiritualidade é causa de União.


A religião lhe busca para que acredite.


A espiritualidade você tem que buscá-la.


A religião segue os preceitos de um livro sagrado.


A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.


A religião se alimenta do medo.


A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.


A religião faz viver no pensamento.


A espiritualidade faz Viver na Consciência.


A religião se ocupa com fazer.


A espiritualidade se ocupa com Ser.


A religião alimenta o ego.


A espiritualide nos faz Transcender.


A religião nos faz renunciar ao mundo.


A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.


A religião é adoração.


A espiritualidade é Meditação.


A religião sonha com a glória e com o paraíso.


A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.


A religião vive no passado e no futuro.


A espiritualidade vive no presente.


A religião enclausura nossa memória.


A espiritualidade liberta nossa Consciência.


A religião crê na vida eterna.


A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.


A religião promete para depois da morte.






A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida e noutro plano também!



autor desconhecido

A Pressa é Inimiga da Compreensão

É impressionante a pressa que alguns médiuns iniciantes tem, em mal entrar em um Terreiro de Umbanda, e já "sair incorporando".

 
Entendemos a pressa do médium em "começar a fazer caridade", mas é fundamental que se entenda que não é somente "dando incorporação" que a caridade é feita. Além do mais, se este for mesmo o tipo de mediunidade da pessoa, há que se esperar e se certificar de inúmeros fatores antes de "colocar o médium para dar consulta".

 
É claro que cabe ao Dirigente explicar e orientar que tudo tem seu tempo e sua hora, que o desenvolvimento mediúnico não ocorre exatamente igual com todos... mas muitas pessoas ficam dizendo que antes de entrar para o terreiro incorporavam "por nada", no trabalho, na escola, lendo, etc, praticamente exigindo ou "culpando" o Terreiro por não estar incorporando agora.

 
Por que isto acontece? Simples. Enquanto o médium não entra para uma corrente, a sua mediunidade fica absolutamente sem disciplina e sem doutrina, a partir do momento que ingressa, que passa a fazer parte da corrente de um terreiro, tanto médium quanto entidades passarão por um processo de adaptação e aprendizado, que visa disciplinar tanto um quanto outro. Além do mais, como ter certeza que era realmente incorporação e não simples animismo, ou descontrole emocional e nervoso?

 
É fundamental esse tempo, para que todas as orientações possam ser absorvidas e compreendidas.

 
Apressar qualquer processo de desenvolvimento mediúnico, querer queimar etapas, que se existem, são importantes, é certamente colocar em risco todo o processo.

 
Lições que deveriam ser absorvidas, são apenas ultrapassadas, sem a devida confirmação de aprendizado.

 
Precipitar o processo pode acarretar em desânimo e frustração no futuro, pode transformar um bom médium num embusteiro, num vaidoso e talvez até fazendo com que se desvie do caminho, culpando a Umbanda pela incompetência do dirigente em explicar e orientar e do médium em esperar.

 
Além do mais, quando isto acontece é justamente para se ver a determinação do médium, se ele realmente deseja fazer caridade, ser umbandista, ou está apenas empolgado.

 
Portanto lembrem-se, quando tratamos de desenvolvimento mediúnico falamos em processo, onde a pressa é inimiga da compreensão e, conseqüentemente, da evolução.

 
Mensagem psicografada por Mãe Iassan Ayporê Pery,

Morre em S. Paulo Pai Pérsio de Xangô

S. Bernardo/SP - Faleceu na madrugada desta terça-feira (14/12), o Tata Pérsio de Xangô, um dos mais importantes babalorixá do Candomblé de S. Paulo, do Ilé Alákétu Asè Airá, localizado no bairro Batistini, em S. Bernardo do Campo, na região do Grande ABC. Pai Pérsio tinha problemas com a diabete que lhe debilitou a saúde e provocou sua morte.
Dele, o professor e estudioso do Candomblé, Reginaldo Prandi, escreveu:"Pérsio de Xangô, que já morava em São Paulo com casa de umbanda, voltou à Bahia em 1968, onde se iniciou com Nezinho de Muritiba, sendo sua dofona de barco Tia Nilzete, filha carnal de Simpliciana, ialorixá do Axé de Oxumarê, em Salvador. Em 1971, Pérsio iniciou Tonhão de Ogum, de quem mãe Rosinha foi a mãe-pequena. Seu Nezinho da Muritiba era o chefe do terreiro do Portão de Muritiba, no Recôncavo, onde Mãe Rosinha de Xangô era mãe-pequena."
Depois da morte de Nezinho de Muritiba, Tata Pérsio deu obrigação de 7 anos com Mãe Menininha, Ialorixá do Terreiro do Gantois, em Salvador, a que esteve filiado até sua morte.

Lamentamos informar o passamento de nosso querido Pai Pérsio de Xângo.

A despedida de Tata Pérsio de Sango mobilizou todas as nações das comunidades tradicionais de terreiros do brasil para o ilé aláketu asè airá, templo religioso liderado por ele há longos anos, no bairro Batistini, em São Bernardo do Campo.



O funeral foi marcado por várias manifestações religiosas, que passaram pela celebração de uma missa no dia 14 á noite,a reza do terço pelas nossas magníficas senhoras da Bahia ao canto do hino da umbanda, momentos antes da saída, após a fala emocionada do pai Milton Aguirre.

Muitos parlamentares, representantes de entidades, sociedade civil, filhos de fé lotavam o terreiro do asé Batistini, mas não posso deixar de destacar a saudação da companheira Roseli de Oliveira, da secretaria de justiça do estado de São Paulo.

Os olhos vermelhos dos filhos, netos, irmãos do Tata Percio expressavam o que se passava no interior de cada um deles neste triste momento da perda; pai Moacir, Iya Fabiana, pai Tonhão, Iya Emília, Iya Carmem, pai Carlito e tantos outros.

As lágrimas dos vizinhos do asé Batistini quando o funeral passou diante de suas casas, carregado e seguido pelo povo de branco, ao toque da corneta e com a vibração das centenas de orixás incorporados, emocionou inclusive os oficiais do corpo de bombeiros, que receberam o corpo para conduzí-lo em carro aberto pelas ruas da cidade, onde em vários estabelecimentos comerciais os funcionários aguardavam na porta pela passagem do cortejo.

Desejo a Iya Luizinha e toda a família do asé, força para enfrentar este momento e para dar continuidade a tradição e ao legado deixado por Tata Pérsio de Sango que para mim além do compromisso e responsabilidade em servir o orisá, na partida, leva consigo uma imensa enciclopédia de conhecimento sobre a religião das comunidades tradicionais de terreiros.

Ekedje Edna de oyá

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

OPINIÃO

Em 25 anos de umbanda entrei em casas de chão batido nas quais os mediuns após a sessão saiam com suas roupas, inicialmente imaculadamente brancas, completamente amareladas de barro. Entrei em casas com chão de sintéco nas quais era extremamente proibido a qualquer um usar até mesmo as sandalinhas de santo. Vi zeladores e médiuns com entidades que rolavam sobre cacos de vidro e caminhavam sobre brasas. Vi entidades que faziam verdadeiros milagres somente com uma vela e um copo d'água. Vi Exús dirigindo automóveis, falando ao telefone e até mesmo dando o número de seu telefone. E na maioria destas casas o que mas vi foram médiuns entristecidos e abandonando a casa por falta de atenção de zeladores, pela falta de conhecimento, pela falta de desenvolvimento, pelo ciúme dos próprios zeladores que não adimitiam que o santo de seus filhos fosse melhor do que o dele próprio. Como se existisse um santo melhor do que o outro. Em muitos casos o sacerdocio, principalmente na Umbanda, acaba subindo a cabeça. Zeladores que se acham donos da verdade, de todo conhecimento, não adimitindo que muitas vezes um simples Abian pode trabalhar, com toda energia e vibração, do mesmo modo que um Babalorixás com coroa de 21 anos. Caboclo Ubiratam, Cabocla Jurema, Vó Maria Conga, Ogum Beira Mar e todos os Orixás trabalham com qualquer médium, independente de sua coroa. Uma guia de Babá no pescoço não significa que vc. se transformou em rei, que vc. é o dono da verdade, que seu Exú é o dono da calunga, que seu santo é o melhor do pedaço.
A FALTA DE HUMILDADE DO ZELADOR É O MAIOR MOTIVO DE ABANDONO DOS MÉDIUNS DENTRO DE UMA CASA.



Hoje, dizem muitos, a Umbanda está mudada. Está modernizada, muita coisa mudou eu concordo, mas os preceitos, o respeito aos Orixás não pode mudar. Sexo antes da sessão, bebida antes da encorporação, entrar no terreiro calçado, não bater cabeça, não encerrar sessão, não salvar coroados, cobrar por atendimento. São coisas que nunca podem ser feitas dentro da umbanda. É hoje vejo muita gente fazendo isso, como se fosse a coisa mas natural do mundo. Porque? Simplesmente deixaram para trás o que aprenderam sobre o ritual e se preocupam mas com a roupa que vestem, a bebida de seu orixá, a quantidade de consulentes que vão atender depois e durante a sessão, a decoração do terreiro, a cobrança de mensalidades, a noitada depois da sessão, etc.


Esquecem de seus filhos que estão alí para se desenvolver, a assistência que esta alí para receber ajuda, esquecem até mesmo muitas vezes de encorporar o santo.


Um médium só cresce com desenvolvimento. Poucos terreiros tem um dia ou mesmo uma hora antes da sessão para desenvolver seus médiuns. Para ensinar, tirar seus medos, a vergonha de encorporar diante da assistência. E o que acontece: Os mais desenvolvidos acabam indo procurar outra casa, começam a atender em casa, começam a fazer besteiras. Se meu Pai de Santo faz eu também posso fazer. Se ele encorpora em casa e atende, se ele encorpora depois da balada, se ele ganha dinheiro, se ele faz o que quer, EU TAMBÉM POSSO FAZER.


O médium que não é doutrinado faz o que aprende vendo. E se vê o zelador praticando a caridade, sendo humilde, respeitando os mandamentos do ritual, tendo uma postura de sacerdote, dentro e fora do terreiro ela vai fazer a mesma coisa. Vai ver que Umbanda é coisa séria para gente séria.
 
Nilo Coelho

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

JOGADOS NA CORRENTE


Mário, rapaz dotado de aflorada sensibilidade físico-espiritual que em tese poderá levá-lo a tornar-se um bom instrumento (médium) de interação entre o plano astral e o terreno, é levado por parentes umbandistas a um Templo. Detectada sua capacidade mediúnica pela direção daquele espaço de caridade, é convidado a ingressar no corpo sacerdotal da casa pouco tempo depois. Aceita o convite. Em determinada sessão é apresentado aos partícipes como novo membro do terreiro, no nível de iniciante. Porém, é "jogado" dentro da corrente de trabalhos espirituais sem os conhecimentos elementares sobre as bases, características, diretrizes, atributos, história da religião etc.


Mario vê-se confuso diante de uma série de fatos para ele desconhecidos. Sem convicção religiosa e consciência daquilo que faz e acontece a sua volta, procura esclarecer-se com os integrantes da Instituição, sem, contudo encontrar respostas ou apoio. Desestimulado, solicita exclusão do grupo

Tereza é umbandista há 20 anos. Labora mediunicamente com grande seriedade e satisfação. Orgulhosa, costuma dizer que se realiza com a religião que abraçou. Em determinado encontro social onde estavam presentes pessoas de outros segmentos religiosos, Tereza vê-se diante de inúmeras perguntas que lhe são dirigidas, umas por curiosidade, outras para tentar ridicularizar a Umbanda. Nada pode fazer. Apesar de tantos anos de religião falta-se a doutrina, o estudo, ferramentas poderosas para enfrentar situações como a que está passando. Sente-se desacreditada e desrespeitada em sua atividade religiosa. Como defender a religião se não tenho os instrumentos básicos para tal? - pensa ela. Observa então que tempo de labor mediúnico, a serenidade, a disciplina, e as práticas de terreiro não são suficientes naquele momento para deixar a imagem da Umbanda imaculada. A tristeza lhe invade a alma.

Rogério, homem de meia-idade é médium ativo de um Templo Umbandista há 15 anos. Por meio de inspiração é informado por seu Guia Espiritual para preparar-se, pois era chegada a hora de se fundar um terreiro. Sem tempo a perder e com base apenas na prática que absorveu ao longo dos anos, edifica uma pequena casa e convida alguns companheiros da religião para a grande empreitada caritativa. O tempo passa e o número de médiuns chega a uma quantidade considerável. Ao lado de seus antigos companheiros co-fundadores, Rogério observa agora médiuns novos, de diferentes idades e nível intelecto-cultural elevado. Desejosos em conhecer os aspectos doutrinários e litúrgicos pertinentes a Umbanda, solicitam explicações. Em situação constrangedora, o dirigente não sabe o que dizer. Falta-se o estudo, faltam-se conceitos, falta-se a base. Pouco a pouco alguns médiuns se afastam da casa, alguns em silêncio, outros comentando que não poderiam continuar a fazer parte de uma instituição religiosa de Umbanda onde o diretor material de culto, principal referencial de segurança e esclarecimentos, não sabe elucidar o que acontece dentro do próprio terreiro.

Os casos acima narrados, além de outros, força-nos de maneira inequívoca a apontarmos uma triste realidade dentro do Movimento Umbandista. A deficiência doutrinária de expressiva parte dos médiuns que compõem as diversas correntes templárias. E esta precariedade (ou ausência) de conhecimentos relativos à nossa religião está diretamente ligada à falta de núcleos de estudos dentro dos terrenos de Umbanda.

Não fazemos estas afirmações com intuito de ferirmos suscetibilidades ou condenarmos por omissão fulano ou beltrano. Deixemos que a própria consciência daqueles que podiam ou podem mudar tal estado de coisas seja seu julgador.

Preocupa-nos tão somente os efeitos que tal omissão tem ocasionado na formação doutrinária dos médiuns umbandistas e dos reflexos advindos frente às atividades mediúnico-espirituais. Porque quanto mais bem preparado for o médium em quesitos tais como moral, caráter, doutrina etc. mais se constituirá em eficiente instrumento para o trabalho do mundo espiritual. Ao contrário daqueles que se eximem de suas responsabilidades, transferindo os encargos que lhes são próprios para a Espiritualidade, somos de opinião que o melhor caminho a seguir é assumirmos os nossos deveres e externarmos nosso amor e fidelidade à Umbanda, estruturando e fomentando o estudo, o debate construtivo, a formulação de teses, seminários, e ações similares dentro dos templos de nossa religião.


Não é demais lembrarmos que materialmente falando o grande corpo religioso nominado Umbanda é a resultante da atividade de micro células denominadas médiuns, que em conjunto formam as macro células, vale dizer, os Templos. Desta forma, quanto mais bem preparados forem os médiuns de uma Casa Umbandista, mais esta Instituição terá respeitabilidade e credibilidade em nossa sociedade.

E se mais e mais Templos Umbandistas alcançarem tais qualificativos, mais a Umbanda se conceituará em religião séria que é. Neste sentido, é crucial que alguns dirigentes deixem em plano secundário ou eliminem de suas vidas a vaidade destrutiva, o receio por novos projetos, e, sobretudo, joguem fora a idéia de que por serem presidentes ou diretores de culto, ou ainda terem 40, 50, ou 60 anos de Umbanda, detêm todos os conhecimentos litúrgicos, doutrinários e magísticos, não necessitando o auxilio de terceiros, ou de estudos para atividades religiosas práticas.


Os que assim pensam estão caminhando na direção contrária do progresso, do aperfeiçoamento, da evolução. Invariavelmente a cada sessão ou gira, a cada estudo, a cada permuta de idéias, a cada formulação de teorias, a cada observação, aprendemos um pouco mais.

Uns se tornam mais esclarecidos que outros, mas ninguém é detentor de todas as informações. A implantação de Escolas Doutrinárias, de Iniciação, são instrumentos de grande valor para a capacitação instrucional daqueles que desejam atuar como médiuns umbandistas.


Além disto, são nestes núcleos de formação doutrinária que se poderá avaliar o interesse, a intenção, o caráter, a moral, e a seriedade do candidato ao corpo mediúnico. E é aí também que o aluno começará seu processo de consciência religiosa em relação à Umbanda, fazendo cair por terra eventuais conceitos errôneos atribuídos à religião; terá as informações básicas a respeito do funcionamento da Instituição, sua ritualística, sua liturgia etc. que o proporcionará entrar no espaço de caridade de forma tranqüila e segura, ciente de seu procedimento e do que acontece em seu redor.

Por conta da maioria dos terreiros ainda não terem estruturado tais escolas, o que se observa é a facilidade com que muitos candidatos ao sacerdócio umbandista se integram a corrente mediúnica de uma Casa.


Não há um substancial cuidado em se avaliar se a pessoa é realmente médium ou se está passando apenas por problemas obsessivos; se é uma pessoa com bons propósitos ou se está a procura de diversão, aconchegos e conchavos; se quer ser um digno intermediário entre o mundo espiritual e o físico ou apenas deseja espaço para servir de passarela para sua vaidade e o seu egocentrismo. E dizemos mais. O estudo não deve se restringir somente aos iniciantes na religião. Deve alcançar também aqueles indivíduos já integrados ao colegiado mediúnico, não importando seu tempo de casa.


Reciclagem e aprendizado periódicos serão sempre de grande relevância para o aperfeiçoamento dos médiuns de uma coletividade umbandista.
Diga SIM ao estudo! Salve a Umbanda!


texto retirado de: http://choupanadocaboclopery.blogspot.com