segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Morre em S. Paulo Pai Pérsio de Xangô

S. Bernardo/SP - Faleceu na madrugada desta terça-feira (14/12), o Tata Pérsio de Xangô, um dos mais importantes babalorixá do Candomblé de S. Paulo, do Ilé Alákétu Asè Airá, localizado no bairro Batistini, em S. Bernardo do Campo, na região do Grande ABC. Pai Pérsio tinha problemas com a diabete que lhe debilitou a saúde e provocou sua morte.
Dele, o professor e estudioso do Candomblé, Reginaldo Prandi, escreveu:"Pérsio de Xangô, que já morava em São Paulo com casa de umbanda, voltou à Bahia em 1968, onde se iniciou com Nezinho de Muritiba, sendo sua dofona de barco Tia Nilzete, filha carnal de Simpliciana, ialorixá do Axé de Oxumarê, em Salvador. Em 1971, Pérsio iniciou Tonhão de Ogum, de quem mãe Rosinha foi a mãe-pequena. Seu Nezinho da Muritiba era o chefe do terreiro do Portão de Muritiba, no Recôncavo, onde Mãe Rosinha de Xangô era mãe-pequena."
Depois da morte de Nezinho de Muritiba, Tata Pérsio deu obrigação de 7 anos com Mãe Menininha, Ialorixá do Terreiro do Gantois, em Salvador, a que esteve filiado até sua morte.

Lamentamos informar o passamento de nosso querido Pai Pérsio de Xângo.

A despedida de Tata Pérsio de Sango mobilizou todas as nações das comunidades tradicionais de terreiros do brasil para o ilé aláketu asè airá, templo religioso liderado por ele há longos anos, no bairro Batistini, em São Bernardo do Campo.



O funeral foi marcado por várias manifestações religiosas, que passaram pela celebração de uma missa no dia 14 á noite,a reza do terço pelas nossas magníficas senhoras da Bahia ao canto do hino da umbanda, momentos antes da saída, após a fala emocionada do pai Milton Aguirre.

Muitos parlamentares, representantes de entidades, sociedade civil, filhos de fé lotavam o terreiro do asé Batistini, mas não posso deixar de destacar a saudação da companheira Roseli de Oliveira, da secretaria de justiça do estado de São Paulo.

Os olhos vermelhos dos filhos, netos, irmãos do Tata Percio expressavam o que se passava no interior de cada um deles neste triste momento da perda; pai Moacir, Iya Fabiana, pai Tonhão, Iya Emília, Iya Carmem, pai Carlito e tantos outros.

As lágrimas dos vizinhos do asé Batistini quando o funeral passou diante de suas casas, carregado e seguido pelo povo de branco, ao toque da corneta e com a vibração das centenas de orixás incorporados, emocionou inclusive os oficiais do corpo de bombeiros, que receberam o corpo para conduzí-lo em carro aberto pelas ruas da cidade, onde em vários estabelecimentos comerciais os funcionários aguardavam na porta pela passagem do cortejo.

Desejo a Iya Luizinha e toda a família do asé, força para enfrentar este momento e para dar continuidade a tradição e ao legado deixado por Tata Pérsio de Sango que para mim além do compromisso e responsabilidade em servir o orisá, na partida, leva consigo uma imensa enciclopédia de conhecimento sobre a religião das comunidades tradicionais de terreiros.

Ekedje Edna de oyá

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