quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Preconceito ou direito ao sossego?

Vizinho acusa centro de Umbanda da Capital de perturbar seu sossego com o barulho dos ritos e manifestações religiosas. O que para uns é pertubação do sossego, para outros, é intolerância religiosa. O dilema divide moradores e casas religiosas, especialmente cultos umbandistas.

No distrito do Rio Vermelho, Norte da Ilha de Santa Catarina, o assunto foi parar na Fundação do Meio Ambiente (Floram). O Centro de Umbanda Caboclo Pena Verde foi notificado e orientado a colocar tratamento acústico para que o som do atabaque, as palmas e os pontos (cânticos) não extrapolem o espaço de dentro do terreiro.

A Floram responde à denúncia feita por um vizinho que se sente prejudicado pelos dias de culto. O morador Cléber Fraga diz que se trata de uma questão legal, pois “quem mora perto sabe do barulho que se ouve”:

– Não são as pessoas que incomodam, mas o fato de não podermos assistir TV, conversar com as visitas ou mesmo com minha esposa quando eles estão em atividade.

A dirigente do terreiro, Dione Barros, conhecida como Mãe Bia deu duas alternativas: levantar o muro para diminuir o impacto do som produzidos no ambiente e fazer as festas mais cedo. O local funciona há seis anos, nas quartas-feiras (20h às 22h) e aos sábados (18h30min às 22h).

A direção do centro também aceitou alterar algumas regras – fazer com que o atabaque só fosse batido a cada 15 dias, assim como as palmas.

– Acho que até tentaram, mas depois voltou ao normal e o barulho permaneceu – conta Cléber.

Segundo Dione, a obrigatoriedade do isolamento acústico vai inviabilizar a manutenção de muitas casas como a sua. Para ela, são locais onde tradicionalmente as pessoas não dispõem de muitos recursos.

A dirigente afirma que no espaço não funcionam apenas as sessões, mas que se trata de uma entidade pública possuidora de alvará da prefeitura e com projetos de cunho social.

Reações aos terreiros são constantes. O episódio no Centro de Umbanda Cabloclo Pena Verde, no Rio Vermelho, não é único. Religiosos dizem que são comuns as reclamações de moradores nos dias de culto.

Claudio Mizraji, no Camdomblé desde 2005, afirma que as reação contrária aos centro “simboliza a realidade de outros lugares onde são feitas práticas similares que sofrem preconceito”. Ele trabalha na Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, em Florianópolis, voltada ao combate de qualquer tipo de discriminação.

Vicente do Espírito Santo, chamado de Pai Pequeno, do Centro de Umbanda Cabloclo Pena Verde, falou que muitos companheiros de outros cultos sofreram com pedras sendo jogadas e a polícia invadindo o local e até prendendo médiuns.


Em 15 de novembro, para marcar o Dia Nacional da Umbanda, Mãe Bia organizou uma caminhada pelas ruas do Rio Vemelho pedindo liberdade religiosa. Participaram seguidores de outras manifestações culturais como Hare Krishna

– Entendemos como um problema mais abrangente e por isso a participação coletiva – explica a advogada Nathália Dias de Moura, que defende os interesses do Caboclo Pena Verde.
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Este tipo de fato tem acontecido constantemente em nossa cidade.
Tenho recebido diversos relatos de Zeladores e médiuns me informando sobre isso.
O que acho estranho é que a maioria dos terreiros que são notificados estão dentro da lei.
Se tem alvará de funcionamento expedido pela prefeitura e outros orgãos, porque estão sendo notificados?
Existem terreiros em Florianópolis que tem mais de 40 anos de funcionamento. Mas basta a construção de um prédio, a chegada de um novo vizinho ou simplesmente uma discussão entre o Zelador e um vizinho para ser feita uma denuncia na Floram, Policia, etc.
Diversas igrejas, templos e salões de outras religiões também fazem barulho com seus canticos e orações, muitas vezes gritadas, e ninguém reclama.
Será que são surdos para estes barulhos?
A maioria das casas não só simplesmente terreiros, mas sim casas de caridade. Quem procura-nos está precisando, não encontra em outro lugar o que encontra aqui.
Que diferença existe entre nossos canticos e os hinos gospel?
Que diferença existe entre nossos atabaques e as baterias, guitarras e violões dos ministérios de musica?
Que diferença existe entre nossas palmas e as palmas deles?
A diferença será que está na crença estupida que cultuamos Ogum em vez de São Jorge?
Cultuamos Oxalá em vez de Jeová?
Xango em vez de São João Batista?
Ou que cultuamos Exús que para eles são diabos?
Falta a todos o conhecimento de sua própria origem.
Quem não tem uma gota de sangue africano em suas veias?
Quem nunca bateu um pézinho ao ritmo de um batuque?
Quem nunca foi a uma benzedeira para curar um cobreiro ou uma cigana para saber o futuro.
O futuro só será bom para todos quando não existir mas a discriminação.
E você, que não acredita em espiritismo, grave as palavras da Preta-Velha:
"FILHO, SE VOCÊ PRECISAR, E SÓ PENSAR NA VOVÓ, QUE ELA VEM LHE AJUDAR!"


Nilo Coelho.

3 comentários:

  1. é na hora que precizaõ nos procuro desesperados mas na hora que achaõ que ta tudo bem reclamaõ do barulho dor de bariga não da só uma vez .....

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  2. Realmente, meu caro, vc está certo, as pessoas quando estam precisando correm para um Caboclo ou um querido Preto Velho resolver seus problemas e dissabores, mas qundo estam bem, fazem isso.

    Itolerância religiosa é CRIME.

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  3. Muito bom o comentário de Nilo Coelho, é isso mesmo, eu sempre frequentei terreiros de umbanda e adoro um atabaque,
    meu corpo me mexe sozinho quando começa a sessão... Não trabalho como médium, mas adoraria, pois sei que tenho Dom mas até hoje não me
    entreguei... Mas voltando ao comentário de Nilo, é justamente por se tratar de ignorância religiosa que atiram pedras na UMBANDA e
    outras do Gênero, mas não ha diferença alguma em se tratando de um único Deus.
    Se batem palmas e tocam guitarras na igreja por que não podemos bater palmas e tocar um atabaque na terreira?
    Por que só eles podem?????
    Nilo gostaria muito de te conhecer...
    Liliane Scherer (lylescherer@hotmail.com)

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