quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ayan o Orixá do Tambor



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As religiões de matrizes africanas há tempos vêm resgatando alguns elementos que por ventura ficaram esquecidos dos meados do ano de 1830 há-te o ano atual. Orixá “ÀYÀN” orixá do tambor é um desses elementos. Observando por onde eu ando, a forma como alguns, pode chamá-los de: Ogan de tambor, abatazeiros, abatás, batedores de tambor seja lá qual for à denominação que podemos chamá-los, mas algo nós chama a atenção; a preparação dessas pessoas especiais para a liturgia das religiões de matrizes africana. Assim bem como os seus segredos. Os segredos dos Tambores de Batá que é um elemento sagrado na cultura Yorubá, com rituais religiosos para sua construção, preparação e iniciação daqueles que irão tocá-lo. Os Batás sagrados são tratados como criaturas viventes, que devem ter cuidados específicos e uma variedade de regras para o seu uso.
A força espiritual contida no tambor e que o consagra e é chamado de “Ayan” ou “Ayon” O Orixá do tambor. Para que alguém possa ser iniciado para Ayan e tocar o Batá, deve cumprir rígidos rituais religiosos. No Brasil essa tradição praticamente perdeu-se, mas foi mantida na Nigéria e Benin a Terra Yorubá e em Cuba. O iniciado recebe a força espiritual necessária para tocar os tambores da forma correta, para que estes possam “falar” com os Orixás, chamando-os para as cerimônias a eles dedicadas. Ayan representa a expressão sonora das divindades; e o símbolo do tambor que serve como depositário dos poderes divinos e ele é o veiculo que Ihe da voz. A consagração de Ayan no tambor Batá e feita por meio de ritual e elementos litúrgicos sagrados, que ficam dentro do tambor, que e selado hermeticamente com as duas peles. Quando Ayan é fixado no tambor é chamado de “Eleekoto”. O ritual de consagração inclui a pintura do tambor com a assinatura de Xangô. Eleekoto e representado por uma miniatura de tambor Batá que não pode ser tocada, pois simboliza o “Ayan.”
A ORIGEM DOS TAMBORES BATÁ
Os tambores sagrados Batá foram introduzidos e desenvolvidos na terra dos Yorubás (Atual Benin – Nigéria) ha aproximadamente 800 anos, para a celebração do Orixá Xangô. Tem provavelmente raízes em outras partes do continente africano, oriente médio e nordeste da Índia, onde também são comuns os tambores de duas peles. O som dos tambores Batá sobreviveu por mais de 500 anos, viajando da Terra Yorubá para o “Novo Mundo” e mantendo sua tradição nos Cultos de Nação Africana e em Cuba; mais recentemente também nos Estados Unidos. Sua história é um testemunho do poder e profundidade da religião e cultura Yorubá.
Segundo a Mitologia Yorubá os tambores Batá podem “falar”. Como a língua Yorubá e basicamente um idioma tonal, e possível fazer elogios, recitar os Orikis (os poemas sagrados africanos) e “falar” alguns provérbios por meio do som dos tambores sagrados.
A DANÇA PARA O ORIXA DO TROVAO
Iya llu-Tambor com som mais grave. Também chamado de “Mãe dos Tambores”
Itotele-Tambor médio
Okónkolo—Tambor pequeno, com som mais agudo.
Na Nigéria, Batá também é o nome de uma dança dramática religiosa, que pertence a um dos mais numerosos grupos étnicos do continente africano. A dança possui movimentos vigorosos, percussivos e vibratórios, que produzem momentos de suspense e tensão, representando o aspecto mítico do trovão, do relâmpago, símbolos do Orixá Xangô. Na cidade de Oyo, Nigéria, é onde se encontra seu grande templo, mas é cultuado em grande região da África, no Brasil, em Cuba e em outros países das Américas. A dança Batá é a representação corporal do ritmo produzido pela Orquestra composta pelos tambores que Ihe dão o nome. Surge assim Ayan – o principio vibrante do tambor Batá, que traz os elementos corporais, rítmicos, vocais e visuais do Orixá que e consagrado dentro do tambor de duas peles.
A FAMILIA DOS TAMBORES BATÁ
E formada por três tambores consagrados, talhados em madeira:
São usados quase que inteiramente para eventos religiosos na Nigéria e Benin. Em Cuba e nos Estados Unidos desenvolveram uma identidade sagrada. Na Nigéria são usados em celebrações a Xangô, líder histórico da cidade de Oyo e Orixá do Trovão. São usados também no culto aos Egunguns antepassados. Em Cuba os Batás são utilizados em todas as cerimônias relacionadas aos Orixás.
Emidio de Ogum
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