quarta-feira, 9 de junho de 2010

Homossexualidade e a Umbanda


DEVIDO A QUANTIDADE DE EMAILS SOLICITANDO ESCLARECIMENTOS, AINDA SOBRE UMA ANTIGA POSTAGEM, COLOCO AQUI ALGUMAS OPINIÕES:


De Carlinhos:
Os gays estão presentes em todas religiões, mesmo nas mais homofóbicas. Não é segredo para ninguém o batalhão de homossexuais na Igreja Católica e em número menor nas Protestantes: como porém o cristianismo condena o amor entre pessoas do mesmo sexo, tudo acontece de baixo do pano, na hipocrisia. Há estimativas de que 40% do clero católico brasileiro é homossexual.

O número alto de padres com Aids e padres gays assassinados comprova a veracidade desta presença.

Quanto à presença maior de gays e lésbicas no candomblé se explica por ser uma religião que não interfere na vida sexual de seus adeptos (não há noção explícita de virtude e pecado, muito menos a condenação dos pecados contra a castidade); há Orixás que têm vida sexual bastante irregular de acordo com os padrões oficiais de nossa cultura sexual (Iemanjá casou-se com o irmão e foi violentada por seu próprio filho de quem teve outro filho); há Orixás que são transexuais, isto é, mudam de sexo, como Logun-Edé e Oxumaré, que uma metade do ano são homens, a outra metade, mulher.

A maior parte dos principais pais de santo no passado e presente foram e são ou bissexuais ou homossexuais. Filhos de santo a mesma coisa. Todo mundo sabe, mas não se fala, não se assume. Tolera-se mas não há um discurso articulado de defesa da livre orientação sexual dos indivíduos, o que é uma pena, pois apesar de muito praticado, o homossexualismo continua sendo, no candomblé.

Gay tem muito a ver com vaidade, culto do corpo, curtição de roupas, modas, "fechação". Não é à toa que o movimento gay tem como símbolo o arco-íris - todas as cores! Há estudos antropológicos que sugerem que muitos gays buscam o candomblé como forma de exteriorizar sua feminilidade reprimida, recebendo orixás mulheres quando possuídos, dando vazão à sua "alma de mulher" quando participam da confecção das roupas e adereços rituais.

Logun-Edé e Oxumaré dizem alguns estudiosos que são "transexuais" ou "hermafroditas sociais", incorporando ao longo do ano, os dois sexos. O próprio Oxalá também participa desta dualidade, pois segundo alguns mitos yorubás, reúne em si o lado masculino e feminino - aliás, como muitos outros deuses antigos. Mas eu não creio nisso totalmente, antes acho que existe suas personificaçoes e dualidade, sem comprometer sua natureza pessoal desses orixas. Iansã é mulher-macho, veste calça e tem cavanhaque, além de ser forte e poderosa "como um homem". Oxóssi, caçador, consta em alguns mitos antigos que manteve relação amorosa e sexual com o orixá as folhas, Ossaim ou Ossanha.

Pelo Brasil a fora, muitos e travestis e gays, sobretudo de classes mais humildes, incorporaram palavras de inspiração nagô (ou yoruba, que é a mesma coisa) em seu linguajar diário. Alguns exemplos: mona=mulher; adé=gay; aló=lésbica; edi=pênis; ocan=bunda; ocó=homem; uó=coisa ruim, etc. A explicação para o uso desses termos pela cultura gay brasileira tem a ver com a frequencia de muitos homossexuais brancos e negros nos terreiros afro-brasileiros e pela significativa presença de negros na comunidade gay. Como outros "dialetos" grupais, é uma forma de através de linguagem cifrada evitar que pessoas de fora entendam conversas mais íntimas dos próprios homossexuais.

Por exagerar a efeminação, que é cada vez menos frequente entre os homossexuais - que adotam o modelo da "bicha barby", malhados, viris. O Grupo Gay da Bahia há anos protesta contra estes estereótipos que ridicularizam os homossexuais.

No entanto isso não acontece por causa do orixa, por incorporar Pombagira ou por causa de rituais magisticos, mas por uma fraqueza espiritual e por uma opçao. Em algus casos nota-se que a uma força como sendo genetica ou hereditaria. Mas é possivel que algus casos sejam por causa de uma ordem carmica de provação para testar a pessoa e sua sexualidade. O mesmo pode se dizer das lesbicas que tem os mais variados motivos e explicações.

Carlinhos Lima
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De Daniel:
Recentemente uma pessoa que conheço e sabe que além de umbandista sou gay, me perguntou o porquê de a Umbanda e o Candomblé, ou seja, os cultos de matrizes afro abrigarem tantos homossexuais em seu seio.

Já não é a primeira vez que alguém de fora da religião e heterossexual me pergunta um absurdo desses.

Calma!!! Explico porque considero um absurdo esse questionamento.

É só parar e pensar. Quantos homossexuais estão dentro do armário pelo Brasil e pelo mundo a fora???

É meu povo na missa, no culto, nos encontros de jovens você pode estar com um amigo homossexual do seu lado e você sequer se deu conta disso.

As religiões espiritualistas em geral aceitam a homossexualidade feminina quanto masculina pois vê o indivíduo como pessoa e não pela sua sexualidade. 

É por essa razão que a Umbanda e o Candomblé abriga tantos homossexuais, pois nelas nós encontramos o respeito que merecemos enquanto seres humanos.

A única coisa que se exige é a conduta moral dentro e fora do terreiro, condizentes com os valores pregados pelos guias, isso é fundamental, não só ao homossexual mas ao heterossexual também.

Aprendemos no dia a dia com os nossos queridos pretos velhos a superação do preconceito.

Querem alguém que mais sofreu com o preconceito do que o próprio escravo negro?

Hoje eles vêm nos alertar dos perigos do preconceito, da violência que representa o preconceito e a driscriminação.

Fica aqui o desabafo e a reflexão.

Abraço fraterno.

D A N I E L

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De Marcelo:
Na Umbanda e no Candomblé o homossexualismo não sofre nenhum tipo de discriminação nem condenação, os homossexuais são vistos com toda naturalidade. O Candomblé foi a religião que realizou o primeiro casamento gay do Brasil. Nossa religião é livre e respeita a tudo e a todos !

Dentro de um terreiro de Umbanda ou de Candomblé não vai ter ninguém falando pra você se arrepender, pra você mudar o seu jeito de ser, ninguém vai te ameaçar com o inferno, pelo contrário, você será aceito como você é e ninguém vai dizer que você tem uma vida ruim ou maus hábitos, porque a cada um de acordo com suas obras e a Umbanda e o Candomblé aceita a todos com amor acima de tudo !

Salve Umbanda sagrada, 100 anos de luz em 2008 !!
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De Suêzi Nogueira:
Sou Umbandista principalmente por poder ser exatamente quem eu sou e não sofrer com isso. Nossa religião não me pretere em função da configuração de minha vida e das escolhas que eu fiz. O que eu creio que a Umbanda pregue, na falta de um código ou uma bíblia, é justamente a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo – “amai-vos uns aos outros como eu voz amei”. Tenho ao amor de Jesus dentro do meu coração. Sigo seus ensinamentos, praticando o bem e a caridade toda semana na minha casa, não fazendo mal aos outros e nem interferindo na vida alheia com minhas escolhas. Se eu amo alguém com o amor de Cristo que habita em mim, por quê não seria merecedora da benção da minha Umbanda?


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De Maria Quiteria:
Sim, meu filho é homossexual, ele assume muito isso. Ele se assumiu desde os 15 anos de idade. E isso não atrapalha em nada. A homossexualidade dele não influencia em nada, a não ser pro bem. A Umbanda é uma religião livre. O gosto dele é o gosto dele. É assim que ele se sente bem, e eu também, por isso eu sempre vou respeitar e auxiliar nessa decisão dele a todo momento. Eu sou a única entidade na cabeça dele que visto saia. Os outros cabocos-mulher que ele carrega não vestem saia. Pra mim, ele é meu cavalo maravilhoso, e é isso é que é mais importante.

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Pronto, publicado.
Nilo Coelho
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