Filha de Mãe Beth de Oxalá, neta de Ida de Xango criada e coroada em Umbanda e Almas e Angola. Em seu terreiro, Centro Espirita São José, localizado no bairro da Agronômica, em Florianópolis, cultua além dos sagrados orixás de Umbanda nas sextas-feiras, uma sessão espírita mensal (mas conhecidos como Linha Branca ou Kardecismo) e em seu terreiro também faz cirurgias espirituais. Nesta entrevista Marluci nos conta um pouco da experiência vivida por ela no ritual Almas e Angola e nas sessões espiritas, explica como é praticada a Umbanda com caridade e humildade e deixa um recado para os novos médiuns e para os Zeladores e Mentores, ajudando assim, a desmistificar estas duas linhas que parecem tão diferentes, mas na verdade, não são.
Blog: Qual ritual praticado no seu terreiro e quais os dias de sessões, desenvolvimento, etc.?
Marluci: Nossas sessões são nas sextas-feiras com inicio as 20h. nossas reuniões de desenvolvimento e estudos são nos sábados com inicio as 15hs. E as sessões espiritas uma segunda-feira por mês também as 20hs.
Blog: Quais ações sociais são praticadas em seu terreiro?
Marluci: Há algum tempo tinhamos um trabalho de assistência em uma creche com arrecadação de alimentos, brinquedos, etc. e até mesmo tinhamos uma Psicóloga (filha de santo da casa) que dava atendimento gratuito as crianças, mas a burocracia nos impediu e se tornou muito difícil prosseguir com nosso trabalho. Hoje continuamos com as arrecadações, mas, distribuimos aos necessitados, normalmente o pessoal de rua, andarilhos, sem teto, viciados, alcoólatras. E no fim do ano, promovemos a campanha “Natal Feliz”, onde arrecadamos e distribuimos cestas básicas, brinquedos, calçados e roupas.
Blog: Como se deu seu primeiro contato com a Umbanda?
Marluci: Tive uma formação católica muito rigorosa, inclusive fui noviça num convento por dois meses, meus pais na época do nascimento de minha irmã mas velha, eram filhos de santo do falecido Jaqueta, mas nunca trabalharam dentro do terreiro, sempre ficavam na assistência. Mais devido ao trabalho de meu pai, que era policial militar, eles começaram a deixar de frequentar o terreiro, e minha família começou a procurar a Igreja Católica em busca de proteção, inclusive se hoje existe a Capela do Caeira foi graças a meus pais que trabalharam muito na construção. Então todos os treze irmãos tiveram uma formação católica, eramos ratos de Igreja. Um dia fui me confessar, numa quinta-feira santa, e o Padre Pedro Martendal me disse que eu deveria procurar outro culto, porque o catolicismo não era minha religião. Fiquei arrasada, me senti privada do que eu possuía desde que nasci. Fui conhecer a Umbanda quando conheci o Renato (Babalorixá Renato de Oxossi) que era na época ogã desta casa fundado por seu Pai (Pai Atanair), mas morria de medo, porque era extremamente católica. Casamo-nos e depois de algum tempo fiquei muito doente, os médicos não conseguiam dizer o que eu tinha. Um dia o Preto Velho do Renato veio na minha casa, porque no terreiro eu não entrava, e me disse que era espiritual o meu problema. “Achei que era onda, porque afinal de contas, a família dele era toda macumbeira”. Então ele fez um acordo comigo: eu iria ao médico mais uma vez e se não encontrassem nada eu iria ao terreiro. Fui e fiz toda bateria de exames e novamente não encontraram nada. Cumpri minha parte e fui ao terreiro, desesperada de dor, me colocaram no centro do terreiro e no mesmo momento incorporei Seu Sete Estrelas, dia 25 de Janeiro de 1989. Deste dia em diante não sai mas do terreiro.
Blog: No seguimento você se desenvolveu e fez suas coroas dentro do ritual, na época, Umbanda?
Marluci: Fiz Babá, e reforço de sete anos na Umbanda, não tem oborí ou mãe pequena, um dia fui visitar um terreiro de Almas e Angola e bolei no santo.
Blog: Bolou na primeira vez que entrou, esse terreiro era de sua Mãe de Santo?
Marluci: Não, era de Jorginho (Babalorixá Jorginho de Oxossi), o santo chegou deu o ponto em Almas e Angola. Eu não aceitava fazer uma nova coroa num ritual que nem conhecia, mas fui em frente.
Blog: No Espiritismo há um entendimento comum de que todas as pessoas são médiuns em potencial, independente do desenvolvimento desta faculdade. No seu ritual também há este entendimento?
Marluci: Não, em minha opinião o médium é um mediador entre o Orixá e o povo que procura o terreiro em busca de auxilio. Todas as pessoas tem compromisso com a espiritualidade, mas não precisam incorporar para cumprir este compromisso.
Blog: Seria, talvez, para zeladores de pouco conhecimento, uma forma de trazer mais pessoas para a corrente?
Marluci: Não vou generalizar, mas existem muitas casas que usam a religião como meio de vida. Então é interessante para eles terem muitos médiuns na corrente, afinal são muitas mensalidades, muitas pessoas trazendo amigos e “consulentes”. Na verdade, estão destruindo a Umbanda, que precisão sim de médiuns verdadeiros e não de vaidosos que querem aparecer.
Blog: Os guias que se manifestam através do médium umbandista, sempre o acompanharam, desde o seu reencarne?
Marluci: Acho que tudo tem o momento certo. Na hora que o aluno esta pronto o mestre aparece. Você tem um compromisso com sua entidade e esse compromisso é firmado antes de você reencarnar. Então quando seu Caboclo vem é no momento em que você esta pronto para recebê-lo.
Blog: A revelação da consciência mediúnica aproxima o médium da responsabilidade da comunicação, Você entende que trabalhar com médiuns inconscientes é melhor que com conscientes? Qual melhor médium para trabalhar?
Marluci: O melhor médium é o médium concentrado. Quanto à inconsciência, de cem médiuns cinco são inconscientes. Seu Sete Estrelas (Caboclo da Marluci) diz que o médium inconsciente não é confiável, a entidade corta a consciência exatamente por não confiar na reação ou ação que o médium pode ter ao estar incorporado, podendo intervir ou digamos atrapalhar o trabalho da entidade. E o médium que é consciente ele trabalha junto com a entidade, ele aprende, ele permite que a entidade trabalhe e não interfere no trabalho. Mas o médium inconsciente pode aos poucos, por merecimento, ganhar a consciência.
Blog: A mediunidade não desenvolvida, ou seja, reprimida, pode causar mal físico ou psíquico ao médium umbandista?
Marluci: Pode. A mediunidade é um compromisso firmado e a pessoa o trás no seu períspirito. Chega o momento de ela trabalhar e ela não vai usar o seu fluido energético e esse fluido vai sair de qualquer forma podendo afetar o corpo tanto quanto a mente.
Blog: O que fazer para a promoção da desmistificação da Umbanda?
Marluci: Acho que o estudo é a única forma. Ensinar ao médium que não existe mediunidade burra. Não podemos aceitar as respostas prontas, temos que questionar o porquê das coisas. Precisamos mostrar que a Umbanda é amor e caridade. Quando todos aceitarem isso acabará a desmistificação.
Blog: Porque existe mais médiuns brancos do que negros?
Marluci: Na realidade em minha opinião, não existe preconceito de raças. Existem sim, pessoas com oportunidade ou não de frequentar um terreiro como já falei, hoje para frequentar a maioria dos terreiros a pessoa precisa ter dinheiro.
Blog: Você acha que os rituais e histórias das religiões afro-brasileiras deveriam ser aprendidos nas escolas, como a religião católica o é?
Marluci: Ensino religioso não significa que tem que ser um ensino católico. Todas as religiões deveriam ser estudadas nas escolas. Poderia ser uma aula sobre Catolicismo, uma sobre Hinduísmo, Umbanda e por ai vai. O Brasil é um país ecumênico, aceitamos todas as religiões.
Blog: Qual a diferença entre os rituais Almas e Angola e o Candomblé?
Marluci: No candomblé a energia do Orixá é muito mais sutil, por isso vem poucas vezes. No Candomblé é dado muito mais energia ao orixá. Em Almas e Angola o Orixá vem com uma energia mais densa.
Blog: Vc. Trabalha com uma linha de cirurgias espirituais, explique como funciona. É na linha de Umbanda ou Espiritismo?
Marluci: Com Umbanda. Quem faz a cirurgia são as entidades incorporadas, Caboclos, Exus ou Pretos Velhos. Dependendo da doença que a pessoa tem, é evocada a entidade que fará a cirurgia. Pode ser preciso a energia de um Caboclo ou de um Preto Velho. A cirurgia só é feita depois que a pessoa já foi ao médico e geralmente procura o terreiro quando tem medo da cirurgia tradicional ou está desenganada. A cirurgia não é física é puramente espiritual, ou seja, sem a fé não há cura. Já houve aqui, como exemplo, cirurgia em uma pessoa que não podia ter filhos e hoje tem três, eu mesma fui operada de um nódulo no útero e um no seio diagnosticado por minha médica e quando voltei a consulta, apareceu somente uma cicatriz em meu útero, como se tivesse sido cauterizado, a médica não consegue explicar até hoje como eu consegui esta cicatriz. E existem muitas pessoas e até médiuns de nossa casa que fizeram cirurgia e até hoje estão curados.
Blog: Você acha que os ensinamentos de Almas e Angola foram modificados para melhorar o ritual ou somente serve para comodidade dos zeladores?
Marluci: Em alguns casos, para melhorar a vida do pessoal, mas a maior parte é para facilitar o trabalho dos zeladores. Acho que no passado as coisas eram feitas com mais fé. Hoje em dia é feito com muito orgulho e muita vaidade. Sou mais da linha antiga, não aceito que você sirva para o orixá num copo plástico, tem que ser cristal, no mínimo vidro, não pelo brilho, mas pela energia transmissora. Não aceito que diga “Há faz assim que tá tudo bem”. Ou faz o certo ou não faz.
Blog: É correto a cobrança de atendimentos mediúnicos, búzios, cartas, trabalhos, etc.?
Marluci: Em momento algum. Ninguém pode cobrar para rezar pro mesmo Deus. Se quiser ganhar dinheiro arrume um emprego. Com relação às cartas e jogo de Búzios, conta à lenda que é preciso que te paguem pra não perder o axé do jogo, quando não existe incorporação. Então cobra-se uma quantia simbólica, não como em alguns lugares que cobram fortunas por um jogo de búzios ou carta. Isso é exploração. Os Ebós, limpezas, trabalhos na mata ou cachoeiras, batizados nunca podem ser cobrados. A pessoa fornece o material porque não existe Zelador que possa dar tudo, mesmo assim se a pessoa não tiver condições, é feito uma arrecadação entre os médiuns e é feito o trabalho. Caridade não se paga.
Blog: E com relação aos trabalhos ditos “de Amor”, onde alguns Zeladores, incorporados com Pomba Giras ou Exus, garantem que trazem seu amor de volta em pouco tempo por uma quantia?
Marluci: O amor entra na sua vida conforme o merecimento que você tem. A religião não existe para isso. Se você quer arrumar um amor se produza, trabalhe, estude, seja inteligente e conheça pessoas inteligentes, logo você encontrará sua outra metade. Acho que os zeladores tem e devem ter muito mais coisas para se preocuparem do que quem vai dormir do seu lado. Se as pessoas estudassem mais não procurariam tanto os Exus e Pombas Giras pedindo estes tipos de trabalhos.
Blog: Porque se faz tantas coroas para Babá atualmente?
Marluci: Infelizmente por causa do dinheiro. Hoje, uma feitura pode custar de R$ 1.600,00 a R$ 1.900,00 e, em uma semana é um ótimo salario.
Blog: E com relação à hierarquia, em seu terreiro, por exemplo, quem pode usar penacho?
Marluci: Aqui ensinamos igualdade, o Caboclo que trabalha comigo é tão Caboclo quanto ao que trabalha com um Abian de desenvolvimento, a coroa é da pessoa não do Orixá. Se o Caboclo pedir e vermos que realmente o médium está concentrado, que não é vaidade do médium, o Caboclo pode usar seu penacho com qualquer que seja a coroa do médium. Como o Preto Velho vai ter seu chapéu se pedir.
Blog: A umbanda é baseada em caridade e humildade, o que dizer sobre Zeladores que exigem tratamento especial? O Babá tem que ficar na frente, beber somente em copo de vidro, prato de louça, a melhor bebida, comer primeiro que todos, etc.
Marluci: Eu penso que o Zelador que exige isso, acha que a coroa dele é matéria. Ele acha que se não usar um copo de vidro ou ser o primeiro a ser servido vai perder a sua mediunidade. O Babá que pensa desta forma é porque a coroa dele é material não é espiritual. Quando ele perceber que a coroa dele é por merecimento, pelos atos que faz e não pelas coisas que ele usa, ele vai parar de dar importância para isso. O que vai dizer que serei um bom Zelador ou não, é o que estudo, é como me porto, e a maneira como trato as pessoas, e ver que cada pessoa que esta na minha vida me ensina alguma coisa. Não me importo de beber numa cuia de coco ou comer com as mãos. De que adianta ficar se mostrando no terreiro e lá na rua ser encontrado alcoolizados e aprontando. Minha coroa é espiritual.
Blog: Em que grau da hierarquia se pode atender ao público?
Marluci: Vai da dedicação e concentração do médium, não é a coroa dele que vai dizer se ele pode ou não atender, a firmeza dele é que dirá.
Blog: Qual o Orixá mais fácil de incorporar para o médium iniciante?
Marluci: Não existe isso. A concentração e preparação do médium é que são importantes. Se ele veio ao terreiro só pra mostrar a roupa bonita e dizer que estava na corrente, pode acreditar esse vai apanhar.
Blog: Vc. Acha que o atendimento residencial não é aconselhável?
Marluci: Mesmo que ele seja um Babá eu não aconselho que ele atenda em casa. Quer atender? Convide e venha atender dentro do terreiro. Terreiro tem segurança. Você não sabe o que a pessoa está levando com ela para dentro da sua casa. Você não sabe se sua entidade vai ter força suficiente para lidar com aquilo. Quer fazer caridade, ajudar o próximo, tudo bem, mais se proteja. A melhor proteção para o médium é o terreiro.
Blog: É possível Pretos Velhos e Caboclos trabalharem numa sessão espírita, certo? Então Exus e Pomba Giras também podem trabalhar na sessão espirita?
Marluci: Sim, tudo depende da evolução da entidade e não do rótulo dado à entidade. Eu conheço Exú que precisa trabalhar como Exú, porque na verdade ele tem evolução para trabalhar como Preto Velho ou Caboclo. O Exu tem seu trabalho dentro da espiritualidade. Assim existem trabalhos que ninguém quer fazer, mas precisam ser feitos. Como o lixeiro, alguém tem que limpar a sujeira. Se todo mundo quer ser Caboclo ou Preto Velho quem vai limpar a sujeira.
Blog: Então a sua sessão espirita difere das sessões que todos estão acostumados? Têm Pretos Velhos e Exus cantando pontos, salvando o terreiro, com seu fumo e bebidas?
Marluci: Não, eles vêm ali sentados, eles dizem o que tem pra dizer. Ali ele se identifica e deixa sua mensagem se tiver merecimento para isso. Muitas vezes a entidade vem e nós nem imaginamos que era um Preto Velho que esteve ali. Porque eles não falam errado, eles não fumam cachimbo nem charuto, ou seja, é uma energia mais sutil. É totalmente diferente de uma sessão de Umbanda.
Blog: Como você prepara um médium para as sessões espiritas?
Marluci: Estudo, disciplina e concentração.
Blog: Existe alguma relação entre ciência e religião no ponto de vista espirita/umbandista?
Marluci: Não. Eu acredito que a religião explica a ciência.
Blog: As sessões espiritas, como conhecemos, são feitas para que os espíritos venham e tragam mensagens, curas e ensinamento. São pessoas desencarnadas que retornam como espíritos para isso. É possível espíritos de pessoas consideradas “ruins”, tipo pedófilos, assassinos, estupradores incorporarem nestas sessões?
Marluci: Como entidade se ele tiver merecimento para isso, sim. Agora ele pode vir também como um obsessor para obter ajuda.
Blog: E ele vindo como obsessor existe algum risco dele prejudicar o médium ou a s pessoas que estão na sessão?
Marluci: Não, porque se ele vem nesta sessão, quem o traz são outros espíritos, os mentores do trabalho. Ele vem controlado com a energia dos mentores que estão ali amparando o trabalho, então o médium não corre risco algum.
Blog: Existem muitos casos de crimes que são praticados, supostamente, por pessoas incorporadas. Um espirito pode cometer um crime?
Marluci: Não. O médium pode cometer um crime e dizer que foi o espirito. Deus é o único que pode dar a vida ou tira-la, se um espirito puder tirar uma vida eu começaria a não acreditar em Deus.
Blog: Um obsessor ou Egum pode ser afastado eternamente de uma pessoa através do espiritismo ou da Umbanda?
Marluci: Eternamente ele só pode ser afastado através da energia da própria pessoa. O médium pode melhorar a energia da pessoa que está sendo obssediada, naquele momento. Depois que a pessoa sai do terreiro ela deve procurar manter a energia adquirida e sempre reforçar esta energia.
Blog: Qual a postura de vocês com relação ao aborto?
Marluci: A pessoa que pratica um aborto para nós é um assassino.
Blog: E as pessoas que são optantes pelo aborto judicial, por terem sido violentadas?
Marluci: Consideramos da mesma forma. Ela tem o direito de querer ou não criar aquela criança, mas nunca mata-la.
Blog: Vemos tanta maldade e sofrimento pelo mundo, será que a Umbanda e todas as outras religiões podem amenizar isso?
Marluci: Se houver estudo e disciplina entre os médiuns, sim. Porque a Umbanda, espiritismo ou qualquer religião é baseada na fé. Se você tem fé, disciplina e estudo, você será uma pessoa boa.
Blog: Que se pode fazer para atrair as pessoas a frequentar o espiritismo ou a Umbanda?
Marluci: É preciso mais igualdade entre os médiuns. Muitas casas espiritas têm os mentores, os médiuns de passe, etc. Então muitos médiuns acabam se achando desnecessários. O que estes médiuns fazem por fim é se afastarem e procuram uma casa que possam atuar mais e ajudar outras pessoas, procuram um lugar onde a energia delas é necessária e não reprimida. E acabam procurando a Umbanda devido a dinâmica, estão na corrente, participam mais, tem maior contato com os necessitados. Muitos centros espiritas acabam dando maior importância a quem esta na mesa e os outros médiuns tanto faz estarem ali. Se você cochila durante a sessão muitas vezes os mentores nem percebem. Em nosso terreiro isso não acontece porque aqui mostramos igualdade, todos participam e somos todos importantes. Sempre digo a meus filhos: a única diferença entre vocês e eu é que eu comecei a mais tempo, porque espiritualmente somos todos iguais. Pássaros de mesma plumagem sempre voam juntos. Se estamos juntos somos iguais, não posso por defeitos ou qualidades em ninguém porque sou igual, sou do mesmo bando. A mesma coisa acontece nos terreiros. Se você se acha desnecessário, seu zelador dá mais importância a coroados e ricos, você acaba procurando outra casa ou religião.
Blog: Com relação ao uso da Apometria. A maioria dos centros espiritas proíbe o seu uso. Você usa Apometria em suas sessões espiritas?
Marluci: Estamos estudando esse método. Não usamos ainda porque não conhecemos a fundo. No passado era chamado de Desdobramento. A Kamila (Kamila de Iemanjá, filha de santo de Marluci), já teve a experiência de Apometria e sente medo por não estar preparada e eu não posso ajuda-la por também não estar preparada. Falta estudo.
Blog: É possível curar doenças graves como câncer ou AIDS através da Umbanda ou Espiritismo?
Marluci: Eu diria que através da fé. Para Deus nada é impossível. Não há mal que sempre dure ou bem que nunca acabe, se você tem fé o que vai lhe curar não é a religião, é sua fé.
Blog: Qual a mensagem que você deixa para os médiuns que estão começando, despertando para a religião, procurando seu caminho?
Marluci: Três coisas: Disciplina, muito estudo e saber que a Umbanda é caridade, é amor ao próximo. E o próximo não é aquele que esta dentro de casa. O próximo é aquele que bate na sua porta, que você nunca viu, o trate como um irmão, uma pessoa que você ama muito. Peço a todos que vão ter acesso a essa entrevista, que use a Umbanda com o coração, com fé, com amor e tenham a certeza que você será abençoado. A Umbanda só é mal vista porque não levamos adiante nosso estudo, nossa disciplina e nossa moral pura. Só podemos manter a Umbanda levando adiante isso.
Blog: E qual sua mensagem para aos Zeladores e Mentores para melhorar nossa religião.
Marluci: Igualdade e Humildade.
Parabéns a Marluci. muito esclarecedor a entrevista.
ResponderExcluirPROCURE ESTUDAR A APOMETRIA, VOCÊ VERÁ QUE O DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO EM SUA CASA VAI SER MUITO MELHOR.
ResponderExcluirEDSON DE OXAGIÃ.
Quando os zeladores aprenderem com está Yalorixá, tenho certeza que não só a Umbanda como todas as linhas se tornarão uma referencia para o mundo.
ResponderExcluirContinue com sua humildade e caridade. Não se importe com o que falam. Mostre que com espiritualidade podemos tudo. Pode-se curar o mundo com a fé. E esta fé está dentro de cada ser como vc. Todos devemos explorar as diversas formas de fazer o bem sem olhar a quem.
Parabéns. Que sua casa esteja sempre cheia de axé, fartura e bons espiritos.
pai ricardo de Oxossi - Miami - Florida - EUA
Gostei da entrevista. Só não concordo com a intolerança que a Yalorixá respondeu a pergunta do aborto "Blog: Qual a postura de vocês com relação ao aborto?
ResponderExcluirMarluci: A pessoa que pratica um aborto para nós é um assassino.".
Concondo que o ato de fazer um aborto é terrivel, mas não devemos classificar como assassino a pessoa que o faz sem saber as circunstançias que a levou fazer isso, tenho certeza que são pessoas que já estão condenadas por resto da vida. Eu como espiritualista que sou só tenho que orientá-las a não mais praticar e ajudá-las a trabalharem para ter um pouco de paz.
Gostaria de saber o endereço pois moro na agronômica e estou precisando de ajuda . Obrigada! !
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