Dia 2 de fevereiro, é dia da Rainha do Mar, da Senhora de Coroa Estrelada, da Mãe da Umbanda, dos Orixás e Mãe de nossas Cabeças… que privilégio nosso, não é mesmo?!?
Encontrar um único adjetivo, atributo ou qualidade a Mãe Iemanjá é muito difícil, afinal ela é aquela que nos acolhe, alimenta, conduz, fecunda, nutri, intui…
Sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e com Nossa Senhora das Candeias, seu maior festejo acontece na Praia do Rio Vermelho em Salvador/Bahia por uma multidão de pessoas das mais diversas religiões, principalmente pelos adeptos do Candomblé e da Umbanda.
Os féis e seus filhos chegam à Praia logo cedo levando presentes e bilhetes com pedidos e entregam aos cuidados dos pescadores na “Casa do Peso”. Eles colocam as oferendas em cestos de vime e levam com cuidado os barcos que seguem em procissão até um ponto específico no mar. A festa é muito especial, conta com mais de trezentas embarcações, além de emocionar profundamente os fiéis que acompanham à beira mar toda a procissão.
O pesquisador baiano José Salles, relata: “a festa originou-se em 1920 por iniciativa de uma colônia de pescadores. Como estavam passando por dificuldades na pescaria, pediram ajuda espiritual a uma mãe de santo, esta explicou que o alimento voltaria a ser farto se fizessem uma oferenda à deusa do mar. Ela explicou como deveriam fazer e, desta maneira, os pescadores aprenderam o procedimento de como homenagear a mãe Iemanjá. Como o resultado foi positivo, decidiram realizar a festa todos os anos, para garantir a abundância da pescaria”.
A festa está no calendário oficial das comemorações de Salvador e tem a intenção de garantir a paz, a saúde e a fartura o ano inteiro.
Iemanjá, a Orixá-Mãe, é a mais popular do Brasil, todo ser humano é considerado filho de Oxalá que fabrica o corpo e de Iemanjá que governa a cabeça, portanto, bater cabeça e se reverenciar diante de suas forças e presença, dançar ao som de seu canto e encanto, viver e sentir sua energia, rezar e agradecer sua presença em nossas vidas, se entregar e confiar a essa doce Mãe é simplesmente DIVINO!!! É a coisa mais sensata que podemos fazer haja visto o Poder que Ela tem sobre nossas coroas e vidas.
Iemanjá é solene e altiva, transmite bondade e doçura, mas não admite maldade ou jogo de interesse.
Está sempre com seus braços abertos e com um colo aconchegante para acolher todos aqueles que a procuram. Geralmente é calma, mas quando se sente ameaçada ou quando percebe o erro persistente de seus filhos torna-se arrebatadora como uma onda forte, vigorosa e impetuosa.
Senhora da Coroa Estrelada, encanta e cuida de todos aqueles que diante do Divino, seja o Mar ou Altar, abrem seus corações e entregam suas vidas e suas esperanças.
Senhora Mãe da Vida, fecunda e gera em seus filhos sempre o novo e o belo.
Senhora Rainha do mar, do sentido de união, da família e da comunhão em nossa vida e caminho espiritual.
Que sua força, sua persistência, seu zelo, sua grandeza e imensidão estejam coroando nossas cabeças.
Iemanjá cura Oxalá e ganha o poder sobre as cabeças
Quando Olodumare fez o mundo, deu a cada orixá um reino, um posto, um trabalho.
A Exu deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas.
A Ogum deu o poder da forja, o comando da guerra e o domínio dos caminhos.
A Oxóssi ele entregou o patronato da caça e da fartura.
A Obaluaê deu o controle das epidemias.
Olodumare deu a Oxumarê o arco-íris e o poder de comandar a chuva, que permite as boas colheitas e afasta a fome.
Xangô recebeu o poder do trovão e o império da lei.
Oiá-Iansã ficou com o raio e o reino dos mortos, enquanto Euá foi governar os cemitérios.
Olodumare deu a Oxum o zelo pela feminilidade, riqueza material e fertilidade das mulheres. Deu a Oxum o amor.
Obá ganhou o patronato da família e Nanã, a sabedoria dos mais velhos, que ao mesmo tempo é o princípio de tudo, a lama primordial com que Obatalá modela os homens.
A Oxalá deu Olodumare o privilégio de criar o homem, depois que Odudua fez o mundo.
E a criação se completou com a obra de Oxaguiã, que inventou a arte de fazer os utensílios, a cultura material.
Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados de Oxalá.
Para a casa de Oxalá foi Iemanjá cuidar de tudo: da casa, dos filhos, da comida, do marido, enfim.
Iemanjá nada mais fazia que trabalhar e reclamar.
Se todos tinham algum poder no mundo, um posto pelo qual recebiam sacrifício e homenagens, por que ela deveria ficar ali em casa feito escrava?
Iemanjá não se conformou.
Ela falou, falou e falou nos ouvidos de Oxalá.
Falou tanto que Oxalá enlouqueceu.
Seu ori, sua cabeça, não aguentou o falatório de Iemanjá.
Iemanjá deu-se então conta do mal que provocara e tratou de Oxalá até restabelecê-lo.
Cuidou de seu ori enlouquecido, oferecendo-lhe água fresca, obis deliciosos, apetitosos pombos brancos, frutas dulcíssimas.
E Oxalá ficou curado.
Então, com o consentimento de Olodumare,
Oxalá encarregou Iemanjá de cuidar do ori de todos os mortais.
Iemanjá ganhara enfim a missão tão desejada.
Agora ela era a Senhora das Cabeças.
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