“O instrutor Sérvulo assumiu seu lugar numa espécie de tribuna.
O ambiente espiritual estava repleto de aprendizes interessados no tema que nosso instrutor iria apresentar. Creio que muita gente na Terra gostaria de estudar mais pormenorizadamente a respeito da magia, dos rituais sagrados e dos mistérios das religiões africanas ou afro-brasileiras. convidado a me aprofundar mais no assunto devido as minhas observações transcritas no livro Tambores de Angola, o tema é palpitante, mas pouco estudado pelos nossos irmãos espíritas.
A umbanda para muitos ainda é tabu; quando qualquer aspecto associado a esse tema é ventilado nos círculos espíritas, observamos reação imediata, que demonstra o preconceito enraizado. Será puro medo?
E que espécie de medo acomete os companheiros espíritas ao abordarmos o assunto umbanda?
A maioria dos espíritas, ou pelo menos os mais ortodoxos, não admitem sequer a idéia de que pais-velhos, caboclos ou outras entidades espirituais semelhantes possam trabalhar nos centros ditos kardecistas. Porém, quando as coisas apertam, quando falham os recursos habituais consagrados pela ortodoxia, logo, logo pedem socorro ao primeiro pai-velho de que algum dia viram falar ou se ajoelham aos pés de alguma entidade num terreiro, escondidos não se sabe de quem.
Postas de lado as observações quanto ao comportamento daqueles que ainda necessitam se esconder por detrás de tais máscaras, fiquei imaginando o que o mundo espiritual ainda reserva para todos nós. A riqueza cultural do povo brasileiro é tão grande que toda essa história de magia, crenças populares ou cultos africanos, da forma como se apresenta pelo Brasil afora, não poderia passar despercebida pelo Mundo Maior.
A parte os excessos, as crendices e as lendas, o que nos aguarda além do véu dos mistérios?
O que nos reserva o povo de Aruanda?
O instrutor Sérvulo assumiu um lugar de destaque entre os outros espíritos que organizavam aquela assembléia, e o silêncio logo se fez na platéia de mais ou menos mil e quinhentos desencarnados que nos reuníamos naquelas paisagens espirituais.
- Caríssimos companheiros, seja a paz com todos nós.
Acreditamos que todos aqui desejam esclarecimento quanto a certos assuntos relativos aos cultos afro-brasileiros ou à magia.
Não pretendemos esgotar o assunto, entretanto, aconselhamos aos espíritos presentes que logo possam se integrar às diversas caravanas que descem à Terra para estudar detalhadamente cada aspecto relativo ao ocultismo e à magia.
Muitas surpresas certamente aguardam a todos.
Quanto àqueles que se dedicarem à pesquisa séria, serão brindados com tesouros de conhecimento cujo valor somente o possuidor poderá aquilatar.
“A força, a arte ou o conhecimento que se convencionou chamar de magia está presente no mundo desde que surgiram os primeiros agrupamentos humanos. Inicialmente era considerado manifestação sobrenatural ou do mundo oculto todo e qualquer fenômeno que a mente humana primitiva não conseguia compreender. Em épocas recuadas, o homem já consagrava oferendas às forças titânicas e, até então, indomáveis da natureza. Assim começa a história da magia. “
Quando estudamos o passado histórico das civilizações podemos compreender quanto a ignorância dos homens primitivos contribuiu para desencadear o desenvolvimento de crenças e lendas, que, de algum modo, procuravam dar sentido às percepções e aos fatos incompreendidos.
São histórias, personagens, superstições que nasceram da incapacidade momentânea dos povos da Terra de explicar ou compreender as leis da natureza, nas mais diversas épocas e culturas.
A história da magia em sua manifestação mais elementar confunde-se com esse estado de ignorância dos fenômenos naturais. Nasceram, assim, os deuses e demônios, os seres considerados sobrenaturais e detentores de poderes e conhecimentos além do alcance dos simples mortais.
“Mais adiante no tempo, homens cujo psiquismo era mais desenvolvido que os demais de sua comunidade aprenderam a captar intuições ou foram guiados por mes três daquela época no contato com o mundo oculto em manipulação de fluidos, elementos essenciais na prática dessa espécie de magia. Os feiticeiros, xamãs ou curandeiros, sacerdotes e sacerdotisas, após passarem por etapas de aprendizado e algum processo iniciático, estariam capacitados a manipular ervas, fluidos e até mesmo o psiquismo de seus companheiros de tribo ou nação. “
Consultados os registros do mundo astral – aquilo que os esoteristas costumam designar de registros areádicos -, pode-se ver que foi no lendário império da Atlântida que esses sacerdotes-médiuns alcançaram grande expressão no conhecimento dos elementos da natureza na manipulação das chamadas forças ocultas Tais forças ocultas não passam de elementais, isto-em fases embrionárias de evolução, assim como de fluidos e magnetismo, utilizados em larga escala por mentes acostumadas a longos processos de disciplina.
“Como a multidão não tinha acesso ao entendimento dos elementos da vida oculta, pelas características da iniciação, criou-se a aura de mistério que cerca os sacerdotes da Antigüidade. As pesquisas a respeito das ervas, pós e poções, beberagens e seus efeitos no organismo humano e na própria mente, assim como alucinógenas, aumentaram ainda mais o poder dos magistas e iniciados, que, ao longo do tempo, passaram a abusar do conhecimento que detinham. Surgem, na lendária Atlântida, os rituais sagrados e as primeiras manifestações da chamada magia negra. “
Ao conhecimento a respeito da natureza oculta, das ervas, dos fluidos e de certos elementos extrafísícos, juntou-se a experiência de alguns pesquisadores a respeito dos astros.
Anteviram, através de suas pesquisas, eventos naturais e cataclismos, conhecidos com antecipação pelo olhar mais atento e observador,investigativo. Dá-se início, na Terra, a era dos profetas, adivinhos e prognosticadores, que guardavam, cada um, a característica de sua cultura e suas crenças.
“Segundo consta na tradição espiritual do planeta, elementos psíquicos descontrolados aliados aos abusos das inteligências da época atraíram os cataclismos responsáveis pelo fim daquele período, quando o continente da Atlântida mergulhou nas águas do oceano. “
Prevendo o fim próximo, alguns estudiosos de então transportaram seu conhecimento para outras terras, outras nações.
Caravanas de iniciados, guardando o tesouro de suas pesquisas e experiências transcrito em papiros e pergaminhos da época, empreenderam a viagem dos magistas e chegaram às regiões correspondentes àndia, ao Egito e à antiga Pérsia, onde fundaram escolas iniciáticas que buscavam preservar as tradições de seu povo.
As Torres do Silêncio, na Pérsia, os templos iniciáticos do Oriente ou os conselhos de sacerdotes egípcios e de outros povos da Antigüidade formavam o reduto do conhecimento oculto. Poucos eram aqueles admitidos no círculo restrito de iniciação ao chamado ocultismo. Na época mais recente da história humana, muitos representantes dos sacerdotes e magos da Antigüidade transformaram-se em precursores dos atuais cientistas, através da reencarnação.
“Em partes do planeta onde o homem estacionou por mais tempo em sua caminhada evolutiva, também deixou de progredir o contato com o mundo oculto, e as práticas do ocultismo acabaram se degenerando em interesses mais imediatos. Difundiram-se na Terra as manifestações da magia negra, que outra coisa não é senão a manipulação dessas mesmas forças e dos elementos da vida extrafísica, mas associada a inteligências vulgares, que cultivam interesses infelizes e mesquinhos. Empreende-se o intercâmbio com forças e energias bastante primitivas, primárias e materializadas. “
Entidades cuja vibração se afina a tais interesses egoístas estabelecem ligação mais intensa com seus médiuns, os magos negros, a fim de vampirizar suas energias.
É comum observar, em casos assim, processos de simbiose espiritual. Os parceiros do conluio tenebroso passam a vibrar em conjunto, alimentando-se um do outro durante longos períodos, até que o elemento dor os desperte e coloque limites nos desregramentos e abusos cometidos.”
Fonte: Livro Aruanda
Obra de Robson Pinheiro pelo espírito Ângelo Inácio.
Como conclusão destas belas palavras, podemos dizer que, os Perigos da Umbanda são: falta de informação, ignorância e preconceito.
Vamos todos aprender, ler a respeito, antes de começar a criticar.
Saravá fraterno a todos!
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