domingo, 25 de julho de 2010

As estações da velhice Nanã



Respeitar o idoso é respeitar a vida, nas rugas dos rostos costuradas pelo tempo e pelo calor humano, retiradas pelas amarguras muitas vezes e trançadas nos corações solitários, compreende-los é construir a estrada de nossas vidas, que poderemos passar um dia, sendo preservada sempre pelas pessoas que participaram da construção dela, construir um caminho sem deixar mágoas pode ser muito difícil, mas voltar a estrada e concerta-la é o caminho do perdão, poder segurar a mão da velha idosa e olhar em seus olhos com firmeza dizer que a ama muito, é balançar o coração daquele que aguarda muito suas palavras, presente sem valor financeiro mas contendo o maior valor que você pode dar que é o valor espiritual, pois todo idoso preocupa-se com seus entes queridos, preocupa-se com o legado deixado no coração daquele que um dia foi seu mimo, daquele que quando criança foi acariciada em seus braços e que muitas vezes compartilhou seu choro e deu forças nos primeiros passos, para um idoso somente o que importa é como seguirá seus filhos depois que ele não puder mais estar em matéria ao seu lado, pois tenha certeza que em espírito nunca abandonará seus entes queridos.

Estes versos foram criados em homenagem a nossa querida Mãe Nanã, pois esta Orixá simboliza a nossa querida vovó, simboliza o amor a vida e fortalece os espíritos desencarnados na compreensão da sua nova estadia, segura as mãos de nossos parentes falecidos, conduzindo-os seguros nos caminhos do sagrado, Mãe dos queridos Pretos Velhos e sagrada velhinha que conduz as transformações de nossas vidas, pois da matéria o espírito é soberano e do amor somos todos necessitados, quando ver em sua frente um velhinho lembre-se de Nanã, pois em seu merecimento o amor será seu maior legado.



POEMA - As estações e a velhice

Dizem que a velhice é como o inverno

As folhas caem e não voltam mais
Tudo se faz seco e frutos não se colhem mais
Os tempos passam
E jamais vi um ano que após o inverno não viesse o verão
e entre eles a colorida e radiante primavera
A velhice são as quatro estações
É verão quente como coração que quer dar amor
Outono sereno de equilíbrio com ventos de calmaria
É inverno gelado como as decepções na vida
Primavera florida, colheita da vida...
E o ciclo se repete
Novo ou velho, aprendemos quando se perde
Acertando ou errando, crescemos quando tudo se repete
Cabelos brancos ou pintados, a cor da vida é a que diverte
Aposentado ou empregado, amar é que enriquece
Podem passar os dias, podem passar os anos
Norte ou sul, leste ou oeste
Sete ou setenta, vinte ou cinquenta.
Dia ou noite, chuva ou sol
A velhice é para todos
A velhice são os que vencem
E passam por todas as gerações
Outono e inverno, primavera e verão
Até chegar nela e se fazerem.

Paz Amor e Harmonia

Emidio de Ogum
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