quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para sentir Esperança, Brisa e Alegria!


Percebo que poucas pessoas e poucos Terreiros conhecem a agradável e grandiosa energia e capacidade dos marinheiros, entidades espirituais que se manifestam durante os trabalhos espirituais de nossa Umbanda.
Uma grande maioria ainda acha que essas entidades “vêm” bêbadas ou que precisam beber para incorporarem em seus médiuns e trabalharem no auxilio dos mais necessitados. No entanto, Eles não precisam da bebida alcoólica e sua maneira peculiar de “chegar” é, nada mais e nada menos, a reprodução do mareado que o balanço do mar causa.
Eles só “chegam” em nosso Terreiro depois de passarem pela calunga grande e pedirem a benção de Iemanjá, chegam cheios de alegria e descontração, no balançar da embarcação vêem prontos para realizarem maravilhosos trabalhos.
Esses encantadores marinheiros e fortes marujos de nossa Umbanda quando chegam com suas gargalhadas, abraços, apertos de mão e todo aquele singular e insuperável molejo, fazem de nossas giras algo único. Alimentam nossas giras de esperança e sabedoria. Auxiliam-nos a encontrar os caminhos mais seguros e a percorrê-los com segurança e sabedoria.
São Guias que nos ensinam a enfrentar ambientes de calmaria ou mares tortuosos, tempos de grande paz ou de penosas guerras.
São Guias que, juntos com Iemanjá e Exu, trazem sempre uma mensagem de esperança e muita força, nos trazem a certeza de que podemos lutar e desbravar o desconhecido do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé, confiança e amor. Nos inspiram à união, ao trabalho e ao esforço coletivo para alcançarmos o porto seguro de nossa evolução.
Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com palavras macias e diretas e com um mergulho profundo, eles enxergam o fundo de nossa alma e tentam trazer para tona as mais belas pérolas de nosso ser.
Essa marujada quando colocam seus bonés, trabalham, cantam, riem, rezam e ensinam verdadeiras mandingas. São sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar àqueles e àquelas que estão à procura de um “porto seguro”, afinal, simbolicamente já descobriram muitas ilhas, continentes e terras.
Quando chegam no final de nossa gira ajudam na limpeza pesada do Terreiro. Uma vez efetuada essa limpeza, toda a carga, todos os fluidos e energias negativas são “levados” ao fundo do mar onde se dissiparão.
Este povo recebe oferendas na orla do mar, sobre a areia seca, mas não devemos oferecer a eles estrelas do mar, conchas ou outros elementos do mar, pois como “Marinheiros” que são, consideram que os mesmos trazem má sorte, somente aceitam os búzios pois os consideram símbolo de paga.
Ter esse povo por perto é sentir a esperança, é sentir a brisa e é sentir alegria.
Ter esse povo por perto é de agradecer.
Aprender a ter sua maleabilidade e seu molejo na vida é para agradecer.
Não ser esquecido/a por espíritos tão iluminados é “de” e é “para” agradecer!!!

Salve a Marujada!
Salve os Marinheiros!
Salve o Povo d’água!
Escrito por Mãe Mônica Caraccio

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