domingo, 11 de abril de 2010

A nova cara da umbanda - Revista Galileu

Plural por natureza, a religião brasileira se reinventa e conquista novos adeptos. Acompanhe essa jornada espiritual e entenda como a umbanda está ganhando o mundo.
Sentada no meio do seu ateliê, a artista plástica Joana Gatis, 30 anos, aguarda o clique da câmera. Suas mãos estão pousadas sobre a da mãe-de-santo Alice Zanin, 64, a outra "modelo" da foto ao lado. Elas não se conheciam: foram reunidas por Galileu para esta reportagem. Em meio a pedidos do fotógrafo por olhares mútuos, poses e "sorrisos serenos", Joana se emociona - tem os olhos marejados. Sente-se reconciliada com seu lado espiritual, deixado meio de lado desde que trocou Recife por São Paulo, há um ano. "Chora não, tem que sair bonita", diz Mãe Alice para a nova filha. Joana estanca o quase-choro e volta a sorrir. Clique.
Lei do passe: para abençoar Joana, Mãe Alice pediu que a artista plástica vestisse mangas compridas, seguindo a regra dos terreiros tradicionais

O retrato de Alice e Joana mostra dois lados da mesma história: a evolução da umbanda. Nos anos 1960, quando Alice começou a freqüentar terreiros, foi preciso enfrentar a desconfiança da família, o preconceito dos ex-companheiros espíritas e muitas sessões de iniciação. Hoje, uma simpatizante umbandista como Joana pode se aproximar e se afastar da religião, criar seus próprios rituais e interpretações. Quem não é da umbanda não vai julgá-la, e quem é sempre irá recebê-la com energias positivas, o suficiente para trazer lágrimas aos olhos.
Dá para manter fiéis tão... infiéis? Segundo o IBGE, a umbanda perdeu um Maracanã de adeptos na década de 1990: eram 542 mil em 1991 e 432 mil em 2000. Mas os dados são contestados. "Até hoje o catolicismo é uma máscara usada nas religiões afro-brasileiras, máscara que evidentemente as esconde também dos recenseamentos", afirma o sociólogo Reginaldo Prandi em seu livro "Segredos Guardados - Orixás na Alma Brasileira". Além disso, a década foi o auge da perseguição dos neopentecostais à umbanda.

Produto de exportação
Estatísticas à parte, o povo dos terreiros afirma que a suposta deserção é compensada com novos adeptos de todas as raças, classes, idades, crenças e até países. Uma movimentação geopolítica singularmente curiosa ora se expressa: os centros de umbanda se reproduzem com voracidade no exterior. Afinal, a vida espiritual se converteu em um grande supermercado holístico, onde cada um enche seu carrinho com elementos para o panteão pessoal. Vantagem para a umbanda, que possui atributos já tão apontados pelos estudiosos como brasileiros autócnes: cordialidade e tolerância. Vejamos o caso de Sebastião Gomes de Souza, um alagoano de 57 anos que atende pelo nome de pai-de-santo Carlos Buby (veja texto "O Pai-de-Santo que Reinventou a Umbanda"). Em 20 anos, seus templos de "umbanda moderna" chegaram aos EUA, Canadá, Portugal, Áustria, Suíça e França. A religião também chegou à Itália, ainda que de forma meio macarrônica. Segundo a antropóloga milanesa Andrea Modrone, lá não há terreiros, mas acontecem rituais particulares em residências e centros culturais. "Muitos, inclusive eu, se interessam por mandingas e feitiços, e algumas misturam orixás com outras correntes esotéricas", diz.


Mostrando que a latinidade também se ajoelha diante dos pais-de-santo, localizamos terreiros da Argentina ao México. Em Miami há um templo gerenciado por um economista venezuelano, Luis Carbonell, umbandista há 25 anos. Ele afirma que recebe 75 pessoas por noite (americanos e cubanos, na maioria) e que estão surgindo terreiros na Califórnia e em Nova York. Para Carbonell, o que atrai os novos adeptos é a possibilidade de misturar a umbanda com a sua cultura. Essa visão é confirmada por Patrícia Birman, antropóloga da Uerj: "A incorporação e interação com entidades de outras religiões é inerente à umbanda".

Misturada de nascença
Quando surgiu no Rio ao final do século 19, "a religião brasileira" já misturava teologias. Do candomblé (versão brasileira de crenças africanas) ela manteve o sincretismo religioso, os paralelos entre deuses africanos e santos católicos. Para completar, adotou rituais indígenas já presentes em muitos terreiros e explicou tudo com o espiritismo de Allan Kardec, recém-importado da França. Dessa junção afro-católico-tupi-espírita nasceu a umbanda. Para muitos, a data de nascimento é 15 de novembro de 1908, quando o médium Zélio Fernandino de Morais teria incorporado o Caboclo Sete Encruzilhadas pela primeira vez. Rejeitado pelos espíritas, que o viram como hospedeiro de uma entidade inferior, Zélio fundou a primeira casa de umbanda.
A capacidade de absorver elementos como um mata-borrão resulta em um panteão que parece, sem a menor sombra de brincadeira, o bar do primeiro filme "Guerra nas Estrelas": seres de toda a galáxia religiosa em singular comunhão espiritual. É óbvio que um credo de tamanha expansão não prescinde de Jesus. Cristo é Oxalá, filho de Obatalá, o criador, e se destaca nos altares. Junto dele estão os orixás, quase sempre na imagem de santos católicos, e as entidades, espíritos que se manifestam nas giras (principal diferença para o candomblé, no qual quem desce à Terra são os orixás).


Religião bipolar 
A umbanda divide suas entidades em dois campos energéticos, direita e esquerda. Na direita estão os espíritos de luz, evoluídos, que pregam e realizam o bem. Os mais tradicionais são os caboclos, pretos-velhos e crianças, e recentemente passaram a ser incorporados baianos, boiadeiros e marinheiros. Na esquerda estão os espíritos de má biografia, que operam o "mal necessário". São os exus, pombagiras, ciganas e malandros (cujo representante mais famoso é o Zé Pilintra). O culto dos espíritos de esquerda já foi tratado como religião separada, a quimbanda, mas hoje é abertamente parte da umbanda. De qualquer forma, exus e pombagiras, confundidos com demônios, são os principais alvos dos evangélicos.
Entidades de ambos os lados pedem oferendas (nunca diga "macumba") para realizar seus serviços mágicos. Não há bem e mal nessa hora, e sim crédito com os orixás. Como resume o Pai Raimundo Medeiros: "Meu filho, você merece? Toma. Você deve? Paga".

O sociólogo Reginaldo Prandi é taxativo: "A umbanda é a crença mais dinâmica, está sempre incorporando novidades". Ele revela que alguns templos estão até adotando veleidades new age como cristais, rochas e incensos. Note-se que a umbanda não tem livro sagrado nem autoridades eclesiásticas. Se um padre seguir o Alcorão, vai se ver com o bispo, mas cada pai-de-santo manda em seu terreiro. Outro traço fundamental é a tolerância. O homossexualismo, por exemplo, não é problema em terreiro algum.

Umbanda na universidade
Em 2004 surgiu uma instituição que busca unificar e passar adiante esse quebra-cabeça. É a Faculdade de Teologia Umbandista, fundeada na Vila Alexandria, zona sul de São Paulo, e mantida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, que possui vários templos espalhados pelo Brasil, sendo um no próprio câmpus. O currículo busca formar umbandistas completos, com aulas de filosofia, biologia espiritual, botânica, administração templária e até oficina de percussão. Só não se ensina a receber espíritos, já que isso é uma questão de destino kármico.
Para seu diretor acadêmico, o médico Roger Soares, a missão da faculdade é "formar cidadãos que representem a umbanda na sociedade, porque a religião não acontece só dentro do templo". O esforço da ordem em formar embaixadores do credo umbandista é evidente: além de todos os professores serem voluntários, 60% dos alunos recebem bolsa para pagar a mensalidade de R$ 350. No final desse ano se forma a primeira turma, 35 bacharéis em teologia. (continua na pág. 54)

Também tem gringo estudando umbanda. Max Sandor, um guru alemão Ph.D. em matemática e engenharia, já viveu no mundo todo e desde 1999 está no Brasil, onde veio entender os segredos umbandísticos. Sandor sustenta que os códigos binários da matemática têm relações profundas com as religiões africanas. Na umbanda, estuda os pontos riscados, símbolos sagrados presentes nas vestes dos médiuns e altar.

Serviços mágicos
Outro que cruzou o mundo atrás de terreiros foi o fotógrafo e etnógrafo francês Pierre Verger (1902-1996). Ele chegou à Bahia em 1946. Foi iniciado no candomblé. Gostou tanto que viajou à África para conhecer os orixás na origem. Lá se tornou babalaô, um sacerdote adivinho do ifá. O ifá é um oráculo que originou o jogo de búzios brasileiro, recentemente integrado aos centros de umbanda. O detalhe: hoje interpretamos búzios no Brasil com as regras que Pierre Verger trouxe da África.
Idas e vindas como essa foram detectadas em pessoa por este repórter quando cobriu a invasão dos EUA no Haiti, em 1994. Em várias favelas notava-se garrafas de Coca-Cola e estátuas de santo de ponta-cabeça. Era um ritual de "santeria", espécie de umbanda caribenha, para que as tropas dos EUA ficassem no país. "Essas misturas ocorrem em todos os países latinos com bastante intensidade", avalia o mago Antonio Carlos Benitez, ou Mabo Banthu, primo do autor da série de livros "Operação Cavalo de Tróia", J.J. Benitez. Mabo, um teólogo do vodu, vive em São Paulo, onde atende famosos e agora se vê às voltas com o estudo da umbanda.
Altar eclético: nos terreiros se encontram imagens de (sentido horário) Caboclo, Exu, Jesus/Oxalá, Preto Velho, São Jorge/Ogum e Pombagira 

Outra especialista ligada à umbanda e com poderosos clientes é a médium Adelaide Scritori, que comanda a Fundação Cacique Cobra Coral, entidade umbandista que comandaria o clima. Acredite-se ou não no poder do cacique, Adelaide foi chamada pelas autoridades para domar o tempo na abertura do Pan, na noite da tragédia do vôo da TAM e até no último lançamento de foguete brasileiro.

É uma evolução dos serviços mágicos tradicionalmente prestados por pais e mães-de-santo como Alice Zanin, citada no início do texto. Mãe Alice tem uma loja e um centro de umbanda em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Lá, além de realizar giras toda segunda e sexta, atende clientes jogando búzios e cartas de tarô. E tarô é umbanda? "Mais que búzios, filho", afirma ela.

Uma idéia, várias formas
Além de prestar serviços, a umbanda pode inspirar. Que o diga a recifense Joana Gatis, a estilista e artista plástica, companheira de foto com Mãe Alice. Além de tatuagens de Iemanjá e pombagira (nos braços direito e esquerdo, respectivamente), fez quadros das duas entidades. À sua devoção, consagrou uma coleção: colocou na passarela 13 looks baseados nos orixás. "Gosto da rebeldia da pombagira, da boemia do Zé Pilintra, me identifico com eles", diz. Ansiosa por recarregar suas baterias espirituais, no dia da foto até pediu o cartão de Mãe Alice.
Filho (natural) de mãe-de-santo, o jornalista Marcos Zibordi diz que o efeito da umbanda nele foi mais sociológico que religioso. "Aprendi a entender o Brasil, o brasileiro. É o lance de ver japonês no atabaque, alemão virando pai-de-santo", diz. Zibordi também admira o que chama de "permeabilidade" da religião. "Agora apareceu a mistura da umbanda com Santo Daime, o umbandaime. Incorporaram até a teoria hindu dos chakras: há banhos do pescoço para baixo, ou seja, não se lava o sétimo chakra, da cabeça."
Pai Rivas, fundador da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, diz que a umbanda é uma idéia que se manifesta de várias formas. A forma que a cineasta Martha Nowill encontrou foi montar um "terreiro caseiro". "Antes precisava de um local 'oficial', mas percebi que o essencial está na intenção." Em um quartinho perto do quarto estão orixás, elementos indianos, santos, Jesus Cristo e Nossa Senhora. "Pode parecer uma bagunça, mas garanto que eles convivem em harmonia", diz Martha. Ela admira as raízes brasileiras da umbanda e arrisca um trocadilho: "É o santo de casa que faz milagre".

Por falar em raízes brasileiras, se em alguma área da nossa cultura a umbanda se destaca, é na música popular. Basta dizer que o primeiro samba a ser gravado, "Pelo Telefone", já fazia referência a tomar amores dos outros fazendo feitiço. Ou que sem a batida dos terreiros não haveria samba. Ao longo do tempo, muitos beberam na fonte: Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Bezerra da Silva, a lista é grande. O exemplo mais recente é o sexteto Sinhô Preto Velho, nascido num terreiro em 1998, que mescla rock e pontos de umbanda.


Infinito particular: Martha Nowill não freqüenta terreiros, mas, como muitos umbandistas, mantém um altar dentro de casa
Incorporando o futuro
Agora que a umbanda ganhou alvará, passaporte, diploma e microfone, aonde mais ela quer chegar? Qual será o seu futuro? Rubens Saraceni, autor de 48 obras sobre umbanda, prevê que a religião vai crescer nas elites porque dá respostas múltiplas para o que as pessoas buscam, como um Google espiritual. E aí o IBGE concorda: em 2000, os umbandistas declarados tinham 7,3 anos de estudo em média, contra 5,9 do Brasil em geral. Além disso, é a fé dos que precisam ver para crer: "A umbanda preenche o vazio existencial com a manifestação física de espíritos, ao contrário de outras religiões, nas quais eles são entidades abstratas".

Há desafios a serem superados. A organização em unidades pequenas e autônomas coloca em risco a continuidade dos terreiros, que geralmente morrem com seu mestre. Nesse sentido, a Faculdade de Teologia Umbandista quebra um paradigma. Além de sintetizar várias correntes em busca de coesão e coerência, ela promove a cooperação dos templos e a idéia de um patrimônio religioso comum. Há também a profissionalização e exportação apontada por Carlos Buby, modelo que tende a ser copiado.
Só uma coisa é certa: a umbanda será sempre uma "metamorfose ambulante", como já cantava um umbandista famoso.

UMBANDA DE A A Z
Conceitos, termos e expressões para entender a religião Aruanda - Mundo espiritual, onde vivem os orixás
Candomblé - Religião formada na Bahia, no século 19, a partir de tradições africanas, que serviu de base para a umbanda. Possui variações regionais, como tambor-de-mina (MA), xangô (PE) e batuque (RS). No candomblé, os médiuns incorporam orixás
Ebó - Oferenda para convencer os orixás e entidades a interceder no plano espiritual. O nome oficial é ebó. Despachos são para exu, e macumba é considerado um termo pejorativo
Entidades - Espíritos que baixam e atendem os fiéis. As de direita (caboclos, pretos-velhos etc.) estão do lado do bem, e as de esquerda (exus, pombagiras), do lado de quem se consulta
Espiritismo - Outra matriz da umbanda, de onde vieram os conceitos de caridade e solidariedade. Explica as energias do Universo e como os espíritos vêm à Terra
Gira - Ritual em que os espíritos são incorporados. Pode ser sessão aberta ou fechada, só para membros do terreiro
Mãe-de-santo - A líder do terreiro. Sinônimos: ialorixá, madrinha, ou apenas mãe
Pai-de-santo - O líder do terreiro. Sinônimos: babalorixá, cabeça maior, padrinho, tatá
Passe - Quem foi atingido por vibrações do mal precisa tomar passe, receber vibrações vindas das mãos do médium em transe que retiram essas energias negativas
Ponto cantado - Cântico sagrado para homenagear, atrair, manter presentes e dar adeus às entidades. Também entoados em momentos especiais, como a purificação do terreiro. Os ogãs são os puxadores de pontos
Ponto riscado - Desenho formado por sinais cabalísticos, riscado com giz, para chamar a entidade ao terreiro
Quimbanda - Culto dos exus e pombagiras, espíritos polêmicos. Antes uma religião à parte, hoje integra a umbanda e é considerada fundamental para o equilíbrio de forças no Universo
Sincretismo - Em religião, a capacidade de fundir tradições. O candomblé já havia igualado santos e orixás, e a umbanda acrescentou espiritismo e pajelança. Novas agregações umbandistas incluem elementos do budismo, hinduísmo, cabala, búzios e tarô
Terreiro - O local onde acontecem os rituais da umbanda. Também pode ser chamado de canzuá, caricó, templo, tenda e casa
Zé Pilintra - Entidade das mais novas e mais populares, seria o espírito de um malandro, de terno branco e gravata vermelha. Sua inclusão mostra que a umbanda está sempre reciclando o seu panteão.

A CASA DOS ESPÍRITOS
Saiba como é um terreiro e o que acontece no ritual O terreiro é o local sagrado dos umbandistas, onde acontecem o culto aos orixás e as "giras", sessões em que os médiuns incorporam espíritos e atendem o público. Um terreiro típico tem uma "equipe" de 20 pessoas e costuma receber 100 fiéis em noite de rito, que dura de 2 a 4 horas. É um ambiente simples, sem ostentação (principalmente quando comparado a uma igreja católica ou um templo evangélico). Tudo é muito branco, iluminado e limpo. Aliás, precisa ser, para favorecer o fluxo de energia espiritual.
Toda noite de rito é precedida de um dia de muito trabalho para os sacerdotes e auxiliares. Eles têm de chegar horas antes, vestir o traje cerimonial (quase sempre branco), preparar oferendas, purificar tudo e todos com defumador. Antes, depois e principalmente durante as giras é preciso ter sob controle o estoque de velas, flores, ervas, charutos, cachimbos, doces, chás e bebidas alcoólicas, itens usados para receber as entidades.

A umbanda é uma organização descentralizada, ou seja, cada terreiro é independente para ditar suas próprias regras. Dependendo da casa, o ritual pode ser mais católico, mais espírita, mais indígena ou mais do candomblé. O altar pode ter figuras de santos, orixás, entidades ou não ter imagem alguma. Álcool, fumo e percussão, fundamental para muitos terreiros, são proibidos por outros. E é tudo umbanda, "a religião brasileira", variada como seu país.

O TERREIRO
PORTEIRA
A entrada do templo. Quem entra é defumado e descalço, para permitir a troca de energia com o chão
COMÉRCIO
Muitos templos têm lojinhas com livros de umbanda, velas e essências, além de lanches para antes e depois do ritual
BASTIDORES
Alguns santuários possuem anexos onde o pessoal de terreiro troca de roupa e se prepara espiritualmente antes dos rituais. Em terreiros onde ocorre mais de uma gira por noite, esse anexo serve como um local de descanso onde os médiuns literalmente recarregam as energias
CONGÁ
O espaço sagrado do terreiro, onde o rito acontece (mais detalhes na página ao lado). Geralmente um salão retangular de paredes brancas. Na frente ficam médiuns e auxiliares, e atrás, o público. Na hora da incorporação, a platéia vai até os médiuns para se consultar. Em alguns locais, o piso é de chão batido ou areia
QUINTAL
Nos arredores do congá geralmente há altares individuais com imagens das entidades incorporadas. Alguns terreiros também possuem horta própria, onde são colhidas ervas usadas na defumação do templo, nas oferendas sagradas e durante o ritual
MESTRE
O pai ou mãe-de-santo é o médium principal, que comanda a ordem dos eventos e se dirige diretamente ao público. Abre e encerra o culto falando como ele mesmo, mas, durante a incorporação, assume a personalidade, a voz, os trejeitos e os acessórios da entidade que baixou nele
MÉDIUNS
Ficam na linha de frente, para atender os fiéis. Geralmente, os homens ficam à direita do mestre, e as mulheres, à esquerda. Em algumas casas, essa divisão também é feita no público. Tudo para equilibrar as energias
OGÃS
Os percussionistas que dão ritmo ao ritual, transmitindo vibrações com seus atabaques. Um cantor próximo a eles é quem puxa cada um dos "pontos cantados", em seguida entoados por todo o terreiro
CAMBONES
Coordenam o atendimento ao público e auxiliam os médiuns, fornecendo os itens necessários (charutos, bancos, colares) quando eles incorporam as entidades
CONSULTA
Você conta seu problema, e a entidade incorporada passa "o preceito", a prescrição que deve ser cumprida, muitas vezes envolvendo oferendas. Dependendo, o médium "faz o passe", ou seja, anula as suas vibrações negativas
CONSULENTES
Quem chega cedo senta, o resto precisa aguardar na fila a hora de ser atendido

AS ETAPAS DO RITUAL

AS PRINCIPAIS ENTIDADES

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